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Moradores de rua, lixo e abandono em quiosque na orla de Camburi

Moradores de rua, lixo e abandono em quiosque na orla de Camburi

Reforma do K7 deveria estar pronta desde junho. Construção custou R$ 1,2 milhão

Publicado em 20 de julho de 2019 às 11:42

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Quiosque no fim de Camburi está abandonado e abriga moradores de rua. . (Ricardo Medeiros)

Está em estado de abandono uma obra que custou R$ 1,2 milhão ao cofre municipal. Essa é a situação do quiosque 7 (K7) na Praia de Camburi, que fica em frente à avenida Adalberto Simão Nader, na Mata da Praia, em Vitória. Ele deveria ter sido entregue em junho deste ano.

Tapumes derrubados, pias e vidros quebrados, metais enferrujados, roupas e lixo espalhados foram algumas das situações encontradas, além de moradores de rua que ocupam o local. O quiosque possui uma cozinha subterrânea que estava com água acumulada. Esse problema, entretanto, foi resolvido ontem após o diretor da Ecos Eventos, Raimundo Nonato, ser notificado pela Prefeitura de Vitória na terça-feira (16) e A GAZETA dar início à reportagem na quinta-feira (18).

Segundo Nonato, a água teve origem da caixa de esgoto. Ela transbordou após a bomba que envia essa água para a rede de tratamento de esgoto da Cesan queimar. “Foi realizado o bombeamento dessa água com uma bomba reserva, isso está sendo resolvido pelo administrador do quiosque, que começou a limpeza hoje (ontem)”, contou.

A reportagem esteve no local novamente ontem e constatou que a água foi retirada.

MORADORES DE RUA

Em maio, A GAZETA divulgou que o local estava sendo utilizado por usuários de drogas. Já ontem, o ponto estava com um varal improvisado e roupas estendidas. Um homem de 52 anos, que preferiu não se identificar, contou que veio sozinho de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para o Estado. Com ele, mais três pessoas ocupavam o local.

“Estou aqui para me esconder da chuva e do frio. No Estado eu fico cuidando dos carros parados, mas pretendo ficar até semana que vem. Vou embora trabalhar em alguma colheita de café”.

Diante da situação, as pessoas que frequentam a orla de Camburi têm reclamado da insegurança nas redondezas. Uma delas é dona de casa Marli Alves, 53. “Todos os dias passo pelo local. É perigoso, principalmente no período da noite”, revelou a dona de casa.

“O espaço está mal aproveitado. Deveriam arrumar, traria mais segurança para a região”, acrescenta o estudante João Bosco, de 19 anos.

SITUAÇÃO

Morador em situação de rua, de 52 anos, está instalado no quiosque K7. (Ricardo Medeiros)

 A concessionária Ecos Eventos assumiu a gerência dos quiosques em junho de 2018. Vencedora de uma licitação da Prefeitura de Vitória, a empresa paga o valor de R$ 31.949,37 por mês pelo aluguel de 14 quiosques e os aluga para outros comerciantes.

Atualmente, o K7 está sob a administração de Tito Dias. Ele também é o responsável pelo K1, que foi aberto ao público no dia 10 de julho. Em relação à situação de abandono, Tito esclareceu que contratou um vigia para patrulhar o espaço durante o dia, de 9h às 18 horas, e disse que a limpeza começou ontem. “Outras ações serão definidas na segunda-feira (22)”, contou.

O presidente da Companhia de Desenvolvimento, Inovação e Turismo de Vitória (CDV), Leonardo Krohling, informou que a Prefeitura de Vitória notificou a Ecos Eventos devido ao estado do local. O executivo ainda não tem data para fiscalizar o local novamente, mas garante que se for encontrado na mesma situação haverá multa. O valor não foi divulgado.

Já sobre a situação dos moradores de rua, Krohling alega que a prefeitura faz trabalhos de abordagem social e fornece serviços diversos. “Temos os serviço de acolhimento, há abordagem na rua todos os dias”, disse.

OBRA SEM PRAZO PARA COMEÇAR

Enquanto o quiosque K7 está em estado de abandono, ainda não há data definida para a obra acontecer. Inclusive, ainda não há nem definição da proposta do bar, inicialmente cotado para funcionar com culinária japonesa.

Tanto o diretor da Eco Eventos, Raimundo Nonato, quanto o administrador do quiosque K7, Tito Dias, informaram que uma reunião será realizada na segunda-feira (22). “Nela, será definido o cronograma da obra”, diz Nonato.

PRAZOS

O K7, entretanto, possui uma sucessão de prazos não cumpridos. O prazo inicial era março, depois passou para junho.

Na última matéria publicada no dia 10 de julho a previsão é de que as obras para adaptação e decoração dessa unidade começaria na próxima semana e seria concluída em 60 dias.

O contrato assinado entre a Prefeitura de Vitória e a Ecos Eventos, entretanto, estabelece que todos os 14 quiosques funcionem até o final de 2019.

Tito esclareceu que o foco inicial era terminar o K1 para depois dar início a obra do k7, por isso a demora para ter início. “Atrasamos porque estávamos envolvidos com o K1, não tínhamos braço para tocar os dois ao mesmo tempo”, pontuou.

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