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Pavimento que reduz alagamentos será usado em ruas da Barra do Jucu

Pavimento que reduz alagamentos será usado em ruas da Barra do Jucu

Projeto de mestrado de estudante da Ufes fez com que o bairro receba blocos com 60% de absorção da água

Publicado em 8 de julho de 2019 às 22:15

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Luciano Motta, engenheiro civil, pesquisador responsável por criar pavimento permeável, pela Ufes . (Fernando Madeira)

Reduzir os alagamentos que causam tantos prejuízos e destruição é o sonho da maioria dos moradores da Grande Vitória. Mas, quem vive no bairro Barra do Jucu, em Vila Velha está perto de ver esse desejo se realizar. Isso porque, graças ao projeto de mestrado do engenheiro Luciano Motta, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)a Prefeitura de Vila Velha vai pavimentar as vias com um bloco que tem capacidade de 60% de absorção. A título de comparação, os blocos convencionais tem capacidade de 20% e a de asfalto 5%

Os blocos convencionais, que são os mais usados nas obras públicas, são de concreto maciço, liso. Já esses que têm maior capacidade de absorção são porosos e chegam a parecer uma esponja. Durante a pesquisa de mestrado do engenheiro, o que chamou a atenção foi que em nenhuma obra pública esse material foi usado. Para o professor Daniel Rigo, que orientou o trabalho de Luciano isso foi uma surpresa.

“O objetivo do trabalho do Luciano foi justamente estudar a aplicação desse tipo de bloco. Mas, no decorrer da pesquisa, para nossa surpresa, nos deparamos com a completa inexistência no Estado de nenhum metro quadrado disso aplicado em obra pública e até hoje. Enquanto isso, em outros locais do país isso já está rolando”, afirmou o professor.

Em seu trabalho de mestrado, Luciano Motta verificou que o uso de blocos de concreto poroso, em substituição aos revestimentos tradicionais de asfalto, ajuda a amenizar os alagamentos. Ele disse que o uso desses bloco mais permeáveis já acontece em várias partes do país. Em Praia Grande, São Paulo, por exemplo, o problema de alagamentos acabou.

“É uma solução simples, já usada em outros lugares. O que eu fiz foi desenvolver esse projeto e mostrar para a prefeitura que ele é viável”, explicou o engenheiro.

A pavimentação com o bloco permeável é cerca de 15% mais cara que o normal mas, em compensação, diminui drasticamente os gastos gerados com as enchentes. “Em termos de composição, os dois blocos - o permeável, conhecido como poroso e o convencional - são iguais. A diferença está na fabricação.

Luciano Motta, engenheiro civil, pesquisador responsável por criar pavimento permeável, pela Ufes . (Fernando Madeira)

“No início, todo mundo rejeita, acha que não vai ser bom. Mas conversei com a prefeitura, com a comunidade. Mostramos que várias empresas, inclusive aqui no Estado, já fabricam o bloco. Isso que é legal, a Universidade produz efeitos positivos para a comunidade. O que a gente faz aqui, queremos que seja aplicado para a população”, explica o engenheiro.

Ruas escolhidas

Em nota, a Prefeitura de Vila Velha explicou que as obras foram divididas em três lotes e o prefeito autorizou a licitação do primeiro lote logo após a apresentação para a comunidade. No primeiro lote serão feitos a drenagem e a pavimentação das ruas Albatroz, Guignard, Toulouse-Lautrec, Paul Cézanne, Van Gogh, Édouard Manet, Humberto Lodi, Auguste Renoir, Odilon Redon, Rua da Sereia e a Av. Anderssen Fidalgo, previsão é para entregar até o fim do ano.

A Prefeitura de Vila Velha não informou quando as obras vão começar.

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