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'Perdi minha mãe num acidente e, agora, meu pai morre atropelado'

"Perdi minha mãe num acidente e, agora, meu pai morre atropelado"

O motorista Tarcísio Boecker Rodrigues, de 40 anos, conversou com o Gazeta Online sobre a perda dos pais

Publicado em 14 de julho de 2019 às 19:41

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Tarcísio Boecker, filho do idoso atropelado, contou à polícia que o pai já era aposentado, mas recolhia materiais recicláveis para complementar a renda. (Raquel Lopes)

O motorista Tarcísio Boecker Rodrigues, de 40 anos, ainda está em choque com a notícia de que seu pai Dorvalino Boecker Rodrigues, de 65 anos, morreu atropelado na Rodovia do Sol. O acidente aconteceu neste domingo (14), por volta de 1h.

O acontecimento o fez relembrar a perda da mãe Rosalina de Fátima Rodrigues num acidente de carro, em 1995. Na época, ela morreu após o veículo em que estava, junto com Dorvalino e um primo, colidir com uma árvore na BR 262.

“Perdi minha mãe de acidente no dia das crianças e, agora, meu pai morre atropelado. Vou tentar viver um dia de cada vez, mas a dor é grande”, contou.

O acidente aconteceu na Rodovia do Sol, em Vila Velha, na madrugada deste domingo (14). (Internauta/Reprodução)

Rotina

Ele conta que Dorvalino era aposentado e todos os dias saía à noite de bicicleta para pegar material reciclado. O dinheiro que conseguia ajudava na renda familiar, na casa onde vivia com a atual esposa.

“Meu pai era uma criança de 65 anos. Uma pessoa brincalhona, extrovertida que gostava de pegar o carro, ao menos uma vez por mês, para encontrar os parentes no interior do Estado”, contou.

O gerente de vendas Rovane André Dutra, de 28 anos, foi preso após ter provocado o acidente embriagado. (Reprodução)

Uma outra filha de Dorvalino, de 42 anos, que preferiu não se identificar, disse que seu pai sempre gostou de trabalhar à noite, achava mais seguro por ter menos movimentação de carro na Rodovia do Sol.

Agora, ela espera por justiça. “Ele não matou só uma pessoa, mas a família inteira. Espero que a pessoa fique o tempo suficiente na cadeia para pagar por tudo que fez”, desabafou.

Confira abaixo a entrevista com o filho do idoso, Tarcísio Boecker Rodrigues, de 40 anos:

Como vocês ficaram sabendo do acidente?

O acidente aconteceu próximo à casa da patroa de minha madrasta. Foi ela quem avisou à família.

O que seu pai fazia no momento do acidente?

Ele pega latinha para complementar a renda. Gostava de ir todos os dias à noite, ele achava que era mais seguro. Passava por alguns bairros e depois voltava para casa.

Como era seu pai?

Meu pai era uma criança de 65 anos. Uma pessoa brincalhona, extrovertida, que ia na igreja todos os dias e gostava de pegar o veículo para encontrar os parentes no interior do Estado.

Como vai ser agora?

Vou viver um dia de cada vez, assim como eu fiz quando minha mãe morreu num acidente.

O que você espera?

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Espero que a pessoa fique por bastante tempo na cadeia para repensar o que fez. As leis precisam ser muito rígidas para esse tipo de crime.

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