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Professor denunciado por assédio a aluna na Serra nega acusações

Professor denunciado por assédio a aluna na Serra nega acusações

O servidor compareceu nesta terça-feira (9) a uma sessão da Assembleia Legislativa para esclarecer denúncias de assédio de sexual

Publicado em 9 de julho de 2019 às 17:02

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Alunos da Escola Estadual Clóvis Borges Miguel manifestaram apoio a estudantes que denunciaram casos de assédio na escola . (Arquivo Pessoal)

Um dos professores envolvidos nas denúncias de assédio sexual na Escola Clóvis Borges Miguel, na Serra, negou ter assediado uma de suas alunas. Ele disse que ficou surpreso com as acusações e não se lembra de ter feito elogios a respeito da beleza e do corpo da estudante.

O servidor, que está afastado da escola, foi à Assembleia Legislativa para esclarecer as denúncias em uma sessão convocada pela Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e a CPI dos Crimes Cibernéticos na manhã desta terça-feira. Um outro professor, acusado de assediar sexualmente um adolescente de 15 anos, com deficiência mental, também foi convocado, porém apresentou atestado médico de 15 dias e não compareceu à sessão.

A denúncia contra o professor foi feita no dia 27 de junho, três dias depois que os primeiros relatos de assédio na escola começaram a ser divulgados. Segundo a aluna que teria sido assediada, uma adolescente de 17 anos, o professor teria feito comentários a respeito do corpo dela, além de tê-la chamado de linda e princesa na frente de outros estudantes. 

"Ela disse que pediu para ir ao banheiro e o professor veio com elogios, chamando ela de princesa e linda. Ela teria levantado e dito: Menos professor. E ele perguntou: Por que você não se acha bonita? Você tem um corpo muito bonito", declarou o presidente da Comissão de Proteção à Criança e Adolescente, deputado Lorenzo Pazolini. 

O professor foi notificado pela escola no dia 28 de junho e ficou surpreso ao saber que o nome dele havia sido citado nos relatos de assédio. Durante sessão na Assembleia, ele negou ter tido a conversa relatada pela estudante e disse que não tem relacionamento com alunos fora da sala de aula. 

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Eu fiquei estarrecido, até porque eu fui um dos professores que apoiou o movimento das meninas quando as primeiras denúncias foram feitas. Eu não me lembro deste tipo de conversa. Não fiz nenhum tipo de comentário com conotação sexual

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O professor também comentou que tem um bom relacionamento com a aluna que o acusou de assédio e acredita que possa ter sido mal interpretado porque costuma fazer elogios para ajudar na auto-estima dos estudantes.

 "Na minha prática de professor, eu discuto sobre pensamentos, emoções, afeto. Eu tenho carinho, respeito, costumo falar coisas para aumentar auto-estima dos alunos. Na minha função social, eu me sinto na obrigação de valorizar os alunos. Eu não sei se diante do contexto eu fui mal entendido", disse.

O professor foi afastado pela Secretaria de Educação no dia 1 de julho e permanecerá em atividades administrativas para resguardá-lo e também a vítima. Uma sindicância foi instaurada pela Sedu para apurar as denúncias. Outros dois professores foram afastados e estão sendo investigados. 

AS DENÚNCIAS

As denúncias de assédio começaram no dia 19 de junho, depois que três alunas escreveram cartas para outros professores e estudantes alertando sobre piadas de cunho sexual que ouviam na escola. Elas relataram também sobre comentários feitos pelo professor sobre o corpo delas e como isso gerava constrangimento e desconforto.

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O caso ganhou repercussão na última segunda-feira (24), quando as estudantes publicaram os relatos de assédio no Twitter usando a hashtag #SuaAlunaNãoÉUmaNovinha, que foi compartilhada pelo ex-deputado Jean Wyllys. 

Carta encaminhada pelas alunas para os professores relatando histórias de assédio. (Arquivo pessoal)

Os movimento gerado na rede social trouxe à tona outros relatos de assédio na escola Clóvis Borges Miguel, inclusive em anos anteriores. No Twitter, ex-alunas descreveram conversas e piadas de cunho sexual que ouviram na escola. Apesar dos relatos, não há nenhum registro de denúncias de assédios contra o professor, segundo a Secretaria de Educação. 

"A primeira denúncia que aconteceu contra ele foi dessas meninas, o que não significa que outras denúncias não possam aparecer até mesmo contra outros professores que estão lá ou passaram pela escola", disse de Angelo, que reafirmou o compromisso da Sedu em apurar os casos.

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"Eu recebo lamentando, obviamente, essas denúncias, porque de um lado a gente acaba tendo um indicativo de que aconteceu outras vezes e de outro, que ainda é mais grave, que estes alunos não tiveram oportunidade de falar, mas eu quero deixar claro que há total interesse nosso em tomar conhecimento desses casos para que a gente possa fazer a apuração e sendo procedente dar a devida punição ao servidor envolvido neste contexto", finalizou.

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