> >
Rodoviários prometem mais manifestações contra ônibus sem cobradores

Rodoviários prometem mais manifestações contra ônibus sem cobradores

Categoria teme a perda de postos de trabalho, já que novos ônibus aceitarão apenas passageiros com o cartão integrado ao Bilhete Único, não tendo a função do cobrador nesses coletivos. Governo diz que os profissionais não serão demitidos

Publicado em 3 de julho de 2019 às 23:29

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Manifestação do sindicato dos rodoviários em Vitória. (José Carlos Schaeffer)

Depois de dois protestos nesta semana, inclusive a passeata realizada nesta quarta-feira (03) em Vitória, o Sindirodoviários promete mais manifestações contra a retirada dos cobradores nos novos ônibus do Transcol com ar-condicionado. Um novo ato está previsto para a próxima quarta-feira (10), segundo o presidente da entidade, José Carlos Salles.

A categoria teme a perda de postos de trabalho, já que os novos ônibus aceitarão apenas passageiros com o cartão integrado ao Bilhete Único, não tendo a função do cobrador nesses coletivos. Segundo a Secretaria de Transporte e Obras Públicas (Setop), os profissionais não serão demitidos.

Rodoviários prometem mais manifestações contra ônibus sem cobradores

Na última semana, o governo apresentou os 20 novos veículos com ar-condicionado que irão operar sem cobradores, aceitando apenas cartões integrados ao Bilhete Único. Até o final do ano serão 100 ônibus e, até 2022, 600 coletivos. De acordo com o Sindirodoviários, cerca de quatro mil profissionais podem ficar desempregados, considerando que são quatro turnos para a operação.

PROTESTO

Nesta quarta (03), os rodoviários fizeram uma nova manifestação contra as mudanças. Eles saíram em passeata pela avenida Vitória ocupando duas faixas até o Palácio Anchieta, no Centro da cidade. Os ônibus que chegavam até o ponto da manifestação, entravam em fila e seguiam no ritmo dos manifestantes. O fluxo na terceira faixa estava liberado apenas para os demais veículos.

O protesto deixou o trânsito lento e alguns passageiros do transporte público tiveram que descer dos veículos para seguir a viagem a pé. A doméstica Gisele Feiger foi um deles. Ela concorda com a manifestação mas diz que o protesto deve ser feito em horários que não atrapalhem a população. "Tenho que buscar a minha filha na escola e não vou conseguir chegar lá a tempo. Desci do ônibus, vou andando e verei a possibilidade de pegar outro coletivo", disse.

José Carlos Scarpatti, de 59 anos, autônomo. (José Carlos Schaeffer)

Outros, mesmo que prejudicados, aprovavam o movimento, como o autônomo José Carlos Scarpatti. "Eu acho que a manifestação é justa. Se não se manifestar, não há a conquista dos direitos. O ato está bem organizado e não atrapalha ninguém. Temos que apoiar".

O presidente do Sindirodoviários José Carlos Salles afirmou que o protesto visa conscientizar o Governo e a classe patronal sobre a decisão operar os novos ônibus sem a presença do cobrador. "Pais de família podem ficar desempregados, por mais que eles dizem que não. O coletivo não pode operar sem cobrador, o motorista vai ficar sobrecarregado de funções. Precisamos, juntos, pensar em outras medidas. Estamos abertos ao diálogo", declara.

O presidente do sindicato Jose Carlos Salles (à direita) e um rodoviário que participa do protesto. (José Carlos Schaeffer)

“Não vamos desempregar nenhum cobrador”, diz secretário

O secretário de Transporte e Obras Públicas, Fábio Damasceno, reafirmou que os profissionais não serão demitidos. Disse que os cobradores ocuparão novos postos de trabalho nas empresas.

“Estamos garantindo que não vão haver demissões por conta disso, porque existe todo um processo de substituição para os outros postos de trabalho. Como, por exemplo, motoristas, cobradores de terminais em função do Bilhete Único, mecânicos, administrativo. Vamos ofertar uma série de cursos em parceria com o Sest/Senat. A decisão foi para não termos desemprego, não vamos desempregar nenhum cobrador em função dessa implantação”.

Sobre as manifestações, o secretário afirmou entender a mobilização dos rodoviários, mas pediu consciência sobre os prejuízos causados à população.

“Manifestação é direito de todos, mas é importante que eles tenham consciência do prejuízo que está sendo causado à população. Estamos garantindo total transparência no processo, diálogo aberto e sem nenhuma demissão”.

Este vídeo pode te interessar

Um novo protesto está previsto para a próxima quarta-feira (10), às 15h, segundo o presidente do Sindirodoviário, José Carlos Salles.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais