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Suspensão de bolsas prejudicará cerca de 100 pesquisadores da Ufes

Suspensão de bolsas prejudicará cerca de 100 pesquisadores da Ufes

A estimativa de pesquisadores prejudicados foi confirmada pelo pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da universidade, Neyval Costa Reis

Publicado em 30 de julho de 2019 às 15:30

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Suspensão de bolsas do CNPQ pode prejudicar cerca de 100 pesquisadores da Ufes. (Fernando Madeira)

Cerca de 100 pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) podem ser prejudicados com a suspensão do edital para bolsas especiais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). A estimativa é da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da universidade. 

A suspensão da segunda fase do edital foi anunciada na última semana e vai durar, pelo menos, até o dia 30 de setembro. Para esta fase estava previsto um investimento de R$ 9 milhões. As bolsas especiais contemplam projetos de doutorado e pós-doutorado, dentro do Brasil e também no exterior, segundo o pró-reitor, Neyval Costa Reis.

Suspensão de bolsas prejudicará cerca de 100 pesquisadores da Ufes

Na avaliação do pró-reitor, a suspensão do edital impacta diretamente na busca pelo conhecimento e também na mobilidade dos pesquisadores. O valor das bolsas nacionais varia de R$ 2.200 a R$ 4.400. Para os selecionados para pesquisas no exterior, o valor varia de U$ 1.300 a U$ 2.100 dólares mensais.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o professor e doutor Neyval Costa Reis Junior. (ICMBio/Reprodução)

Sem a verba, Neyval Costa Reis não descarta que alguns pesquisadores desistam dos seus projetos e busquem outras alternativas de carreira.

"Eu tenho dois problema aqui. Eu tenho não só a execução do projeto de pesquisa. Se eu não tenho a mão de obra para executar, o projeto não será executado. Também temos o problema de fixação. A partir do momento que eu não tenho a a bolsa para dar para o pesquisador, ele vai ter que ir atrás de outra atividade e, talvez, abandonar a sua vida científica", opinou.

O pró-reitor avalia que a falta de investimento nas pesquisas traz impactos negativos a longo prazo, porque atrapalha no avanço de tecnologias que beneficiam toda a sociedade.

"A gente precisa ter a noção de que os avanços que a gente tem na sociedade vieram de dentro da universidade ou de dentro dos institutos de pesquisa. A gente estava trabalhando até pouco tempo na questão da vacina contra a Dengue. Também tivemos uma atuação significa da universidade quando começaram os casos de Zika. Pesquisadores da universidade atuaram junto com a Secretaria de Saúde para identificar o problema", destaca o pró-reitor.

ENGENHEIRO PREJUDICADO COM A SUSPENSÃO

O engenheiro químico Vitor Lavor foi um dos pesquisadores prejudicados com a suspensão das bolsas. Ele desenvolveu uma pesquisa sobre a poluição no ar em ambientes urbanos e disputava uma vaga de doutorado pleno em uma universidade da Inglaterra.

A universidade inglesa de Southampton aceitou o projeto de Vitor, mas a falta da bolsa do CNPQ obrigou o estudante a adiar os planos. Na avaliação dele, o desenvolvimento da pesquisa impactaria diretamente locais como a Grande Vitória e outras regiões do país que sofrem com a poluição.

"O que eu estudo é buscar meios não de diminuir a poluição, mas buscar meios de melhorar a qualidade de vida dos que estão em áreas urbanas, como aumentar a ventilação urbana. Com a qualidade de vida que a gente tem, tentar melhorar a qualidade de vida das pessoas que enfrentam essa poluição diariamente", explicou o engenheiro.

MOTIVO PARA A SUSPENSÃO

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A suspensão das bolsas do CNPQ está ligada à falta de recursos previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para pagamento. A liberação do recurso depende da aprovação de um novo crédito suplementar.

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