Quatro anos. Esse é o tempo estimado pelo coronel aposentado da Aeronáutica Renato Oliveira, de 53 anos, para dar a volta ao mundo. Para isso, o capixaba contará com o seu barco a velas Free Wind e passará, no mínimo, por 40 lugares.
A embarcação possui duas suítes, uma sala com cozinha e a área de comando. Possui também fontes de energia eólica e solar para abastecer as cinco baterias que fazem o veleiro funcionar. Em alguns trajetos ele compartilhará o espaço com amigos e a esposa, com quem é casado há 12 anos.
Ele também já está com a playlist preparada, tendo principalmente músicas de jazz, blues e MPB. Mas pretende ampliá-la após a imersão em novas culturas. Com o inglês fluente, está tentando aprender algumas palavras em francês.
“Minha esposa e eu moramos no Rio de Janeiro. Ela vai encontrar comigo em Abrolhos, no Rio de Janeiro, Fernando de Noronha, em Pernambuco, Caribe, Polinésia Francesa e Nova Zelândia. Isso era um planejamento nosso, mas em função do trabalho dela não conseguiremos fazer todo o percurso juntos”, disse.
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TRAJETO
A viagem teve início no dia 10 de julho no Rio de Janeiro, passando por Angra dos Reis, capital fluminense, Arraial do Cabo e Búzios. A parada em Vitória ocorreu no dia 15 de julho para o encontro com parentes e amigos. A continuação do percurso acontecerá neste domingo (4). A intenção é passar por outras cidades do Brasil e diversos outros países. O maior trajeto será de 30 dias, saindo do Caribe até a Polinésia Francesa.
A sua última parada é em Lisboa, Portugal. Ele deixará o país no dia 9 de março de 2022. A data e o local escolhidos foram propositais, sendo as mesmas de Pedro Álvares Cabral quando descobriu o Brasil, em 1500. A única diferença é que ele pretende desembarcar em Vitória e realizar a viagem em 35 dias.
O planejamento começou há 20 anos, mas somente com a compra do barco em 2017 e a aposentadoria em 2018 conseguiu tirar o sonho do papel. A partir daí, começou a traçar o seu destino, estudando sempre as características dos lugares.
“Para mitigar os riscos, vou estar na região no tempo certo, evitando os fenômenos naturais de cada lugar. No Caribe, por exemplo, a época de furacões é de julho a novembro, eu vou chegar em dezembro”, concluiu.
Na embarcação ele carrega arroz, feijão, lentilha e ervilhas guardadas em garrafas pet. Além de mandioca, aipim, batata e inhame, queijos, ovos e algumas frutas. Para conseguir se manter durante a viagem, programou gastar cerca de 2 mil euros por mês.
“Acredito que será uma viagem transformadora. Eu velejo há 20 anos, tenho o conhecimento, mas todo dia é um aprendizado. A gente está sempre aprendendo e absorvendo conhecimento”, disse.
Quando Renato é questionado se o perigo maior está no avião ou no barco, ele não teve dúvida em escolher a segunda opção. “Tem mais fatores externos atuando sobre o barco. Ele está sustentado por dois elementos que se movimentam: água e ar. A energia do mar é absurda”, finalizou.
ROTEIRO
Veja por onde o veleiro vai passar
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