> >
Dúvidas no primeiro dia de circulação dos ônibus com ar-condicionado

Dúvidas no primeiro dia de circulação dos ônibus com ar-condicionado

Reportagem do Gazeta Online entrou em um desses 26 ônibus que começaram a circular na manhã desta quinta-feira (15) e também constatou falha no transporte de cadeirantes

Publicado em 24 de agosto de 2019 às 06:20

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Cobrador agora fica na porta dos ônibus com ar-condicionado apenas orientando passageiros. (Caíque Verli)

Refrigerado, sem calor, mas ainda com dúvidas e dificuldades no transporte de cadeirantes. Assim foi a primeira manhã de circulação dos ônibus do sistema Transcol, que têm ar-condicionado, mas não aceitam mais dinheiro como forma de pagamento. Vinte e seis ônibus nesse estilo começaram a circular na manhã desta quinta-feira (15), dois dias depois do fim da greve dos rodoviários, que temiam demissão de cobradores com essa mudança.

Dúvidas no primeiro dia de circulação dos ônibus com ar-condicionado

A reportagem do Gazeta Online rodou por quase uma hora dentro de um desses coletivos, da linha 503 (Terminal de Laranjeiras X Terminal Vila Velha). O embarque no ônibus foi na Reta da Penha, em Vitória, e o trajeto passou pelo centro da Capital e Terminal do Ibes, seguindo até o Terminal de Vila Velha, onde foi o desembarque.

Durante o percurso, passageiros fizeram elogios e reclamações. A reportagem flagrou passageiros que tiveram que descer porque só tinham dinheiro para pagar a passagem, e também presenciou o motorista sair do seu banco para ajudar um cadeirante a descer do coletivo (antes essa função era exercida pelo cobrador).

Na porta de entrada, um aviso pequeno alerta que o ônibus só aceita o Cartão GVBus, que futuramente servirá como bilhete único como forma de pagamento. Perto do motorista, um profissional, que antes atuava como cobrador nessa mesma linha e agora fica vestido com uma camisa rosa da Ceturb, tenta avisar os passageiros que vão subir no coletivo que não adianta entrar se não tiver o cartão de passagem. Algumas pessoas sem o cartão, geralmente idosas, acabaram não escutando, subiram, se depararam somente com a catraca e tiveram que descer.

Os cobradores ficarão no ônibus por 60 dias. Esse foi um dos pontos do acordo que pôs fim a paralisação dos rodoviários. O Governo do Estado ainda prometeu que esses profissionais não serão demitidos e sim realocados para outras funções.

Dentro do coletivo, as opiniões ainda estão divididas. A Alessandra de Paula, que é corretora, gostou do conforto e disse que sente mais segura em um ônibus que não tem circulação de dinheiro. "Já que não vai ter demissão, eu gostei. Porque tem mais conforto e sem dinheiro vai diminuir os assaltos", comentou

O montador de imóveis Givaldo da Costa também aprovou a novidade: "O cobrador faz falta, mas a gente não pode negar a chegada da modernidade. Esses profissionais terão que se adaptar".

Já a Evânia Mara Guimarães, promotora de vendas, não concordou nem um pouco com os novos ônibus. "O

motorista, coitado, já passa um estresse dirigindo. Tem que abandonar o volante. É trânsito, é tudo na cabeça dele. Um cadeirante, coitado, precisando entrar e ele tem que largar o volante aberto. Vamos rever isso daí, é um absurdo. É até inseguro, vai que um doido pega o volante", reclama.

Este vídeo pode te interessar

Até 2022, o Governo do Estado quer colocar 600 ônibus com ar-condicionado nas ruas, de um total de 1500 coletivos da frota. Segundo estimativa do governo, a cobrança feita apenas pelo cartão de passagem vai acelerar o tempo de embarque em até 70%.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais