A investigação de como funciona o esquema que envolve furtos de fios de cobre na capital capixaba é um desafio para a Polícia Civil. Somente em 2019, até a primeira quinzena de junho, um levantamento da Prefeitura de Vitória apontou que 25 ocorrências de furto já foram registradas.
Por causa delas, cerca de 4 mil metros de cabos, usados na iluminação pública e em semáforos, foram furtados e foi necessário gastar algo em torno de R$ 40 mil para repor o que foi levado.
O delegado Márcio Braga, que é titular da 1ª Delegacia Regional, em Vitória, disse que as investigações apontam que ferros-velhos estão por trás dos grandes casos de furtos, em que criminosos chegam a levar até meia tonelada de cobre.
"Esse pessoal que faz o furto de cabos mais pesados geralmente também é usuário de drogas. Mas por trás deles tem um ferro-velho, que tem interesse e que financia um veículo para ele cometer o crime, um local para esconder logo o produto", explica.
Até agora, a Polícia Civil conseguiu identificar três ferros-velhos na capital que teriam envolvimento com os furtos, sendo dois localizados no Morro da Garrafa e um outro em Andorinhas. Caso se confirme a participação dos donos dos estabelecimentos, eles podem responder, além de receptação, pelos crimes de furto, danos públicos e até associação criminosa, se tiverem mais de três suspeitos envolvidos.
Márcio Braga também pede que a população denuncie, caso observe alguma atitude suspeita. "É importante ajudar. Olha só: um suspeito desses em cima de um poste não é uma pessoa da prefeitura. Quando a prefeitura está fazendo um conserto, ela sinaliza a via, a calçada. Se ver um suspeito em cima do poste, pode denunciar", orienta.
Os episódios de retiradas dos fios, além de provocarem prejuízo aos cofres públicos, também causam danos à rotina da população. No final de junho, uma sequência de roubos de fios de cobre deixou semáforos sem funcionar em Vitória e, os que estavam em ação, acabaram ficando sem sincronia.
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