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Morre homem atingido por caminhonete em calçada de Vila Velha

Morre homem atingido por caminhonete em calçada de Vila Velha

Marcelo faleceu após dois dias internado na UTI do Hospital São Lucas, em Vitória. Ele passou por procedimentos cirúrgicos e havia risco de que ele não conseguisse mais andar

Publicado em 31 de agosto de 2019 às 20:55

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O corpo do vendedor Marcelo Pansieri, que morreu após ser atropelado por uma caminhonete desgovernada, é velado no Centro Comunitário do Bairro Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha . (Michelli Angeli)

Morreu na tarde desta sexta-feira (30), por volta de 17h40, o vendedor Marcelo Pansiere Correia, de 50 anos, depois de ser atropelado por uma caminhonete desgovernada que o atingiu em uma calçada, no bairro Aribiri, em Vila Velha, na última quarta-feira (28).

Marcelo faleceu após dois dias internado na UTI do Hospital São Lucas, em Vitória. Ele chegou a ter hemorragia, passou por procedimentos cirúrgicos e havia risco de que ele não conseguisse mais andar.

Familiares e amigos realizam o velório de Marcelo no Centro Comunitário do bairro Nossa Senhora da Penha, desde as 16h deste sábado (31) e o enterro está previsto para acontecer por volta de 8h deste domingo (1º) no Cemitério Municipal de Ponta da Fruta.

INDIGNAÇÃO E REVOLTA

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Está todo mundo arrasado. Ele era bom, brincalhão, humilde, todo mundo gostava dele e foi tudo muito rápido

Antônio Henrique, tio de Marcelo
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"Agora o que tanto a família quanto amigos esperam é uma resposta, seja lá qual for o órgão responsável por essa situação, polícia ou Guarda Municipal, como não pararam esse carro em más condições antes?", desabafou o tio de Marcelo, Antônio Henrique Pansieri.

Amigos e familiares de Marcelo afirmam estar revoltados com o acidente. Isso porque acreditam que deveria haver fiscalização para evitar que veículos em más condições circulem.

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Nós estamos revoltados por causa do motorista, ninguém deu assistência, ninguém entrou em contato. Onde está essa pessoa? Dizem que não é a primeira vez que ele causa um acidente

Alexandro Guimarães, amigo da vítima
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"Se vê muita fiscalização na Praia da Costa, no Centro, em orlas, mas em bairros menos favorecidos não se vê nada. Cadê a fiscalização?", afirma o amigo de Marcelo, Alexandro Guimarães.

O tio da vítima, Antônio Henrique Pansiere, conta que ficou assutado quando soube do acidente. Ele viu o sobrinho cerca de uma hora antes de tudo acontecer e explica que ficou sabendo após uma ligação feita do celular de Marcelo.

"Foi tudo muito rápido. Eu nem sei quem é esse motorista, ninguém falou nada, ninguém sabe de nada. Sabemos o que foi visto na televisão, só. E aquele carro em estado deplorável, parece que ele andava em alta velocidade, que já causou outros acidentes, então tem que parar esse homem. Nós estamos indignados", desabafa.

SAUDADE

Amigos de Marcelo falaram sobre saudade e também descreveram o vendedor como uma pessoa correta, do bem e pacata. Marcelo não teve filhos, mas era casado com Lucena Maria da Silva, que está muito abalada com a perda.

"As pessoas costumam elogiar depois de morrer, mas ele não. Era uma pessoa boa, nunca foi agressivo com ninguém. Ele sempre foi correto, aquela pessoa pacata. Ela (a esposa) está sentada ali do lado do caixão numa tristeza só. Agora fica a saudade, infelizmente", conta Alexandro.

Caminhonete que invadiu calçada em Vila Velha. (Paulo Cordeiro | TV Gazeta)

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

A Secretaria do Estado de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp) foi questionada sobre fiscalização de veículos em más condições, mas afirma que a ação é de responsabilidade do município.

PREFEITURA DE VILA VELHA

Em nota, a Prefeitura de Vila Velha explica que o Departamento de Trânsito do ES (Detran) é quem faz a fiscalização direta e primordial do estado dos veículos. Portanto, é de competência estadual este tipo de fiscalização, devido a questão documental e de longevidade dos veículos.

Ainda em nota, a prefeitura explica que a Guarda Municipal faz o trabalho de fiscalização, porém é um trabalho de suporte ao Detran e também à Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran).

Denúncias podem ser feitas por meio da Ouvidoria 162, mas o principal canal de denúncia é o 190, ou seja, de competência estadual nestes casos, primordialmente. A Guarda Municipal de Vila Velha informa que prestou o atendimento inicial da ocorrência, que foi assumida pelo BPTran/PMES.

POLÍCIA MILITAR

Demandada sobre o acidente, a Polícia Militar respondeu por meio de nota. "De acordo com o Art. 230, inciso XVIII, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), transitar com o veículo em mau estado de conservação, comprometendo a segurança é uma infração grave.

O Batalhão da Polícia de Trânsito (BPTran) realiza fiscalizações para flagrar veículos nesta situação. Quando um veículo conduzido nestas condições é abordado pelos militares, o condutor é multado conforme o artigo citado anteriormente.

Caso alguém flagre um veículo circulando nestas condições, pode denunciar pelos canais oficiais, que são Disque-Denúncia (181), ou dependendo da situação, o Ciodes 190 quando então uma viatura é acionada para averiguar o fato", finalizou a nota. 

Perguntada se há mais informações sobre o motorista da caminhonete, a PM não respondeu. 

 

DETRAN

O Detran também foi procurado pela reportagem, que aguarda retorno com informações sobre a fiscalização. 

O ACIDENTE

Um carro desgovernado atropelou o vendedor Marcelo Pansieri Correia na calçada e invadiu uma loja de material de construção localizado na Rua Emygdio Ferreira Sacramento, no bairro Aribiri, em Vila Velha, na manhã desta quarta-feira (28).

Além do vendedor, o motorista do veículo também ficou ferido. Testemunhas contaram que o acidente aconteceu por volta das 8h de quarta-feira (28), pouco tempo após o estabelecimento iniciar o expediente. Nenhum funcionário ficou ferido. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e socorreu as vítimas. 

Segundo um amigo da família, Marcelo sofreu hemorragia interna, já que vários órgãos foram atingidos com o impacto da batida. A equipe médica conseguiu estancar, mas a vítima precisou receber uma transfusão de sangue.

Ainda de acordo com o amigo da família, Marcelo passou por várias cirurgias e havia o risco de não voltar a andar. Ele teve diversas fraturas, a maioria delas no quadril, na bexiga e nas pernas. Ainda durante a cirurgia, que levou horas, os médicos tentaram salvar os órgãos.

A esposa de Marcelo, Lucena Maria da Silva, contou que passou mal ao receber a notícia do acidente. “Me chamaram dizendo que houve alguma coisa com Marcelo, eu fiquei desesperada porque ele não tem a saúde boa. Perguntei o que houve e me disseram que ele foi atropelado. Eu passei mal."

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Marcelo também sofria de problemas pulmonares. 

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