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Sem píer flutuante, Ilha das Caieiras espera por projeto da prefeitura

Sem píer flutuante, Ilha das Caieiras espera por projeto da prefeitura

O píer antigo foi derrubado pela prefeitura de Vitória em julho deste ano devido a corrosão. Moradores afirmam que o turismo e o comércio no local tem sido afetados sem o ponto turístico

Publicado em 25 de agosto de 2019 às 06:55

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lha das Caieiras receberá novo deque para atracar embarcações. (Vitor Jubini)

Com a estrutura antiga removida pela Prefeitura de Vitória em julho deste ano, a orla da Ilha das Caieiras deverá ganhar um novo píer flutuante até o início de 2020, conforme promete a Secretaria de Central de Serviços. A antiga estrutura foi retirada porque, segundo o órgão, oferecia riscos para a população devido à corrosão, mas duas boias ainda estão no local e a falta de prazos deixa moradores e comerciantes locais preocupados. 

Pelo planejamento da obra, segundo o secretário executivo Weverton Moraes, em aproximadamente 60 dias o projeto estará pronto e a licitação será liberada para as empresas interessadas. O motivo para a remoção da estrutura, como explica Moraes, foi a corrosão que oferecia riscos a quem frequenta o local.

"A corrosão acabou rompendo a estrutura antiga e, por isso, a retiramos. Agora estamos elaborando o projeto, que deverá levar em consideração o nível da maré para sabermos a metragem da nova instalação. Em 60 dias deve estar pronto para a licitação", explica o secretário executivo.

lha das Caieiras receberá novo deque para atracar embarcações. (Vitor Jubini)

Mas a situação parece ter deixado os moradores e comerciantes da região desconfiados em relação ao projeto. A garçonete Marina Ferreira da Silva Passos, que mora na ilha e trabalha em um dos restaurantes da região, diz ter baixas expectativas com relação à nova obra prometida. Além disso, conta que o comércio tem sido muito afetado com a falta do ponto turístico e que muitas pessoas acreditam que a culpa seja dos próprios moradores.

"A minha expectativa está zero. Isso tem prejudicado o comércio.  Todo turista que chega aqui fala: 'nossa, o lugar era lindo, tenho várias fotos bonitas e agora tá esse lugar abandonado'. Pensam que a culpa é nossa, mas não é. Esse píer tinha 20 anos; fique sem cuidar de uma casa por 20 anos para ver o que acontece", desabafa.

O líder comunitário da Ilha da Caieiras, Maycon Guimarães, garante que tem acompanhado todo o processo de perto e entende a frustração das pessoas. Para ele, o sentimento que fica é o de angústia, visto que o local é um ponto turístico importante e atinge a autoestima dos moradores, mas também diz que é preciso entender ainda que há trâmites legais para a conclusão do projeto e que "tudo tem prazo".

"O que acontece é que o impacto é muito gritante para o comércio e os moradores. A gente entende a angústia deles porque o píer movimenta a economia local. As pessoas vão naquele ponto, tiram uma foto do pôr do sol e, com a ausência do píer, automaticamente as pessoas por uma questão de pertencimento, se sentem para baixo", avalia.

Maycon Guimarães, líder comunitário de Ilha das Caieiras. (Vitor Jubini)

DEQUES IMPROVISADOS

Por enquanto, a saída encontrada por alguns comerciantes foi construir os próprios deques para os turistas desembarcarem. O comerciante e pescador aposentado da região, Rogério Leonel, conhecido como Pirão, foi uma das pessoas que realizou o serviço para tentar atender o público.

"Estão tirando essas boias que não servem mais para fazer o projeto, mas agora só no fim de ano mesmo. Como isso aqui (pier flutuante) acabou, não tem como o turista encostar de barco. Então eu já fiz um deque e eles encostam com as lanchas. A gente não pode ficar esperando pelo projeto", conta o morador.

A garçonete Marina é filha de Rogério e também fala sobre a construção do pai, além das boias que sobraram, das quais os próprios pescadores ficaram responsáveis em remover. Ela cobra a presença da prefeitura que, segundo ela, não apareceu mais depois da remoção da estrutura. 

"Fizemos um pier de improviso, porque a gente vive do comércio e não é a estrutura que a prefeitura fez, mas para nós está ótimo. Tiraram até a placa de obras que estava aqui. A prefeitura só esteve aqui no dia que desmontou o pier. E é perigoso do jeito que as boias estão porque quando a água sobe elas ficam escondidas e alguma lancha pode bater ali e causar um acidente", conta preocupada.

O líder comunitário conta que os moradores tiveram a iniciativa de remover as duas boias restantes para utilizar como pesqueiro e que algumas madeiras que haviam sobrado foram retiradas porque estavam sendo furtadas.

 SINALIZAÇÃO DE OBRAS 

Nesta segunda-feira (19), o secretário da Central de Serviços Municipal de Vitória, Nathan Medeiros, afirmou, em uma matéria divulgada no site da Prefeitura de Vitória, que as boias haviam sido retiradas, guarda-corpos teriam sido colocados e que o local estaria devidamente fechado, mas até o final da manhã desta terça-feira (20), não havia placas no local. 

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Sobre a sinalização de obras, o secretário executivo Weverton Moraes afirma que, por conta de vandalismo, foram removidas, mas que uma equipe seria encaminhada ao local para nova instalação. 

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