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'Vivemos hoje uma crise civilizatória', garante José Martinuzzo

"Vivemos hoje uma crise civilizatória", garante José Martinuzzo

O jornalista e professor universitário participou do "Encontros do Saber", que debateu os extremismos do século 21

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 17:12

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O jornalista José Antônio Martinuzzo participou do 'Encontros do Saber', na Rede Gazeta, que discutiu os extremismo do século XXI. (Monica Zorzanelli)

O jornalista, escritor e professor universitário José Antônio Martinuzzo também participou do "Encontros do Saber", que discutiu os extremismos do século 21, na manhã desta quarta-feira (07), no auditório da Rede Gazeta. O capixaba começou explicando que a sociedade, tal qual se conhece hoje, é produto de um tempo e de um modo de pensar que privilegiaram as decisões próprias. "Por isso vemos tanta agressividade, desamparo, perversão e medo. Essas são algumas das palavras-chaves que tocam o mundo contemporâneo produzindo esse tipo de sociabilidade".

Segundo Martinuzzo, o grande investimento da civilização é produzir laços de fraternidade e de lealdade com os outros, porque o que mais nos mata enquanto sujeito é a nossa característica de animal agressivo. "Animais agressivos é o que somos. A civilização vem para abrandar isso, e tentar colocar uma chance de não extinção da nossa espécie. E esse extinto civilizatório volta e meia é atacado. Nós vivemos uma crise civilizatória, o que gera o afloramento da nossa agressividade", ressaltou.

SOCIEDADE PERVERSA

O jornalista ainda ressaltou que a sociedade é dividida entre os neuróticos (que são os que se dizem normais), os perversos (que são os psicopatas) e os psicóticos (que são os paranoicos e esquizofrênicos). "A discussão sempre se coloca a partir de dois parâmetros: como lido com a realidade e com os limites? O neurótico absorve as leis e tem remorso quando não consegue cumpri-las".

Já o perverso, cita Martinuzzo, não está nem aí. "Ele não tem culpa de nada e não tem remorso, enxerga o outro como mero objeto de sua exploração. O outro só vale pelo valor de uso", explica.

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O professor ainda explicou que a sociedade lida muito mal com seus limites e leis. "Ela não enxerga as contenções civilizatórias e acaba desprezando o outro enquanto semelhante. Vivemos isso porque construímos uma sociedade em que todo e qualquer limite é visto como abusivo. Hoje vivemos uma outra crise de civilização, porque estamos num caminho de barbaridade que muita gente acha que é inédito. Mas não é", finaliza.

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