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Engenheiro denunciado após desabamento no Grand Parc se defende

Engenheiro denunciado após desabamento no Grand Parc se defende

Quatro engenheiros respondem por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e por terem causado o desabamento da área de lazer

Publicado em 1 de setembro de 2019 às 13:40

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Desabamento do Grand Parc, Enseada do Suá, Vitória. (Secundo Rezende | Arquivo)

O engenheiro civil Otamar Azeredo Rogério Filho publicou uma nota de esclarecimento neste domingo (1º). Ele e os outros três engenheiros Alexandre Scola, Carlos Augusto Calmon Nogueira da Gama e Sérgio Luiz Passos de Miranda são réus em ação que os acusa de causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de alguém, no caso Grand Parc.

Os engenheiros também respondem por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A área de lazer do condomínio na Enseada do Suá desabou em julho de 2016, matando uma pessoa e ferindo outras quatro em Vitória.

Engenheiro denunciado após desabamento no Grand Parc se defende

"Não fui o engenheiro responsável pela obra do Grand Parc. Foi emitida ART em meu nome apenas para aprovação do Projeto Arquitetônico na Prefeitura Municipal de Vitória. Esta ART foi cancelada no órgão competente, o CREA-ES, em 18 de março de 2008 - portanto, antes do início das obras do Edifício Grand Parc", escreveu na nota o engenheiro.

De acordo com Otamar, a ART nunca foi postergada, estendida ou reativada após o cancelamento. "O único serviço prestado por minha empresa na obra do Grand Parc, claramente explicitado em contrato, nunca foi questionado em qualquer Laudo Técnico", afirma.

O engenheiro escreve na nota que todas as providências jurídicas e as provas documentais estão sendo apresentadas às autoridades competentes para que a verdade prevaleça e a Justiça seja feita.

Em reportagem publicada no dia 26 de agosto, o criminalista Fabrício Campos, responsável pelas defesas dos engenheiros Sérgio, Otamar e da empresa Incortel, destacou que a o recebimento da denúncia é uma etapa dentro do processo criminal, e que a partir dela abre-se a oportunidade para os acusados realizarem a sua defesa.

Em relação a Otamar, segundo o criminalista, trata-se do serviço que prestou de protensão dos cabos. "A denúncia confunde serviço de protensão (que se limita a "esticar" os cabos depois que são concretados) com atividade de 'serviços de concreto protendido'. Essa atividade da empresa do Otamar, que é de fazer protensão limita-se à aplicação de macacos hidráulicos para 'apertar' os cabos e, portanto, é uma etapa posterior ao desenho, montagem e concretagem. Essa 'protensão' dos cabos, no final das contas, não foi sequer objeto de questionamento das perícias e não tem relação com o desabamento", explica o advogado.

OS RÉUS

1 - Alexandre Scola - engenheiro, sócio administrador da Incortel Construções e Incorporações Ltda entre 2007 a 2009. A denúncia do MPES aponta que ele foi um dos responsáveis técnicos pela execução da obra do condomínio.

2 - Carlos Augusto Calmon Nogueira da Gama - engenheiro, proprietário da MCA Tecnologia de Estruturas Ltda, foi responsável, segundo a denúncia do MPES, pelos projetos estruturais do condomínio. Ele já teria sido sócio da empresa Pós-Tensão Engenharia Ltda, junto com Otamar Azeredo Rogério Filho, junto ainda com um dos proprietários da Incortel Construções e Incorporações Ltda e da Vix One Empreendimentos Imobiliários Ltda (Cyrela Malásia Empreendimentos Imobiliários Ltda).

3 - Otamar Azeredo Rogério Filho - engenheiro, sócio-proprietário da empresa Pós-Tensão Engenharia Ltda, e sócio administrador da Incortel Construções e Incorporações Ltda, empresa responsável pela construção do condomínio, e sócio da Vix One Empreendimentos Imobiliários Ltda (Cyrela Malásia Empreendimentos Imobiliários Ltda), segundo denúncia do MPES. O documento informa que até novembro de 2008 ele era ainda o responsável técnico pela execução da obra do condomínio.

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4 - Sérgio Luiz Passos de Miranda - engenheiro. Segundo a denúncia, em depoimento ele informou que era contratado da Incortel Construções e Incorporações Ltda e ainda da Vix One Empreendimentos Imobiliários Ltda (Cyrela Malásia Empreendimentos Imobiliários Ltda). A denúncia do MPES aponta também que ele foi um dos responsáveis técnicos pela execução da obra do condomínio.

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