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Oficiais de justiça e PMs cumprem reintegração de posse em Vila Velha

Oficiais de justiça e PMs cumprem reintegração de posse em Vila Velha

A fazenda, na Barra do Jucu, está ocupada desde 2017 por cerca de 150 famílias

Publicado em 25 de setembro de 2019 às 18:39

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Oficiais de Justiça cumprem na manhã desta quarta-feira (25) um mandado de reintegração de posse em uma fazenda ocupada por cerca de 150 famílias na Barra do Jucu, em Vila Velha.

A área, de 1,5 milhão de metros quadrados, está ocupada desde 2017. A dona do terreno, de 73 anos, relatou nos autos que já foi impedida de entrar pelos ocupantes que fizeram barricadas. Ainda segundo o processo, a idosa contou que chegou a ter uma arma de fogo apontada em sua direção pelos ocupantes. As famílias negam a informação dos donos da fazenda. 

No terreno, os ocupantes construíram barracos e até cômodos de alvenaria. O local ficou parecido com um bairro - até placas de madeira com nome de ruas fictícias o terreno passou a ter. A Polícia Militar, incluindo policiais da Companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp), acompanha e dá apoio á reintegração de posse. Cerca de 80 policiais participam da operação.

Oficiais de justiça e PMs cumprem reintegração de posse em Vila Velha

Não houve registro de confrontos, mas alguns desses ocupantes se desesperaram ao ver os barracos derrubados.  A auxiliar de serviços gerais Maria Regiane mora no espaço há dois anos com três filhos e o marido, que está desempregado. Ela disse não ter para onde ir.  "Agora estou numa situação que só Deus sabe porque não tenho para onde ir. Tudo o que eu tinha era o barraco que foi quebrado. Agora vamos ter que lutar em outro lugar para ter a nossa terrinha e viver em paz", desabafou. 

De acordo com despacho judicial da 6ª Vara Cível da Comarca de Vila Velha, datado do dia 02 de setembro de 2019, o proprietário do terreno se comprometeu a disponibilizar caminhões para retirada dos ocupantes irregulares e de seus bens, além de máquinas para limpar o terreno. O mandado foi expedido pela juíza Rozenea Martins de Oliveira. Dois tratores são usados para derrubar os barracos. 

"Gastei uns R$ 5 mil para fazer a construção. Acabei de fazer um banheirinho, não tomei nem um banho nele", desabafou Maria do Carmo Moura, de 67 anos, uma das pessoas que viviam no terreno ocupado. 

A PM pediu à Secretaria de Estado da Saúde uma equipe de atendimento com ambulância e à EDP Escelsa a retirada de possíveis ligações de rede elétrica clandestinas. Também encaminhou um ofício ao Corpo de Bombeiros solicitando uma ambulância com equipe completa e um carro auto bomba tanque.

O local é de difícil acesso e apresenta certo risco para enfrentamento, de acordo com a PM.

OUTRA REINTEGRAÇÃO

Esta é a quarta tentativa de reintegração de posse. Nas vezes anteriores, a Defensoria Pública conseguiu a suspensão, por meio de um recurso, o que não foi obtido desta vez. 

Os ocupantes relataram que foram para o terreno porque não sabiam que ele pertencia a essa fazenda e acreditavam que era desativado. Parte das famílias, após a reintegração, foi para uma área de brejo, próxima a esse terreno. Mas os donos da fazenda alegam que esse espaço também pertence a eles e disseram que vão pedir a reintegração dessa nova área ocupada. 

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Segundo defensor público Rafael Portella, há a preocupação com o destino dessas famílias. “As pessoas estão em situação de extrema vulnerabilidade, sem ter para onde ir. As famílias estão muito preocupadas com o futuro e o lugar para onde vão. A Defensoria Pública está acompanhando a retirada dos pertences das pessoas desde o início da manhã e não houve qualquer resistência”.

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