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Vagas de emprego: falta de informação cria dificuldade para deficientes

Vagas de emprego: falta de informação cria dificuldade para deficientes

Evento do Ministério Público do Trabalho conta com balcão do emprego para ajudar na inclusão desses profissionais

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 19:29

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Daniela Cornachini e o cão-guia Paco visitam o Reconecta, em Vila Velha. (Manoel Henrique Silva/MPT)

Os profissionais com deficiência ainda enfrentam algum tipo de dificuldade para ingressar no mercado de trabalho. E os motivos vão desde a falta de qualificação até dificuldade de chegar ao trabalho. Para ajudar nisso disso, inclusive, acontece até domingo (22), em Vila Velha, uma feira para ajudar a essas pessoas a conseguir emprego.

A falta de informação, segundo alguns, também prejudica na hora da contratação. A nutricionista Daniela Cornachini, de 26 anos, é deficiente visual e afirma que não consegue uma oportunidade por causa de seu cão-guia Paco.

"Me formei em julho e estou à procura de emprego. Percebo que há uma resistência das empresas na hora de contratar. Já me fizeram perguntas simples como onde ele faria suas necessidades ou o que aconteceria se meu cão atacar alguém, sem saber que ele é treinado para fazer as coisas em horário determinado. Uma amiga chegou a ser mandada embora depois de começar a usar cão guia", conta a jovem.

Daniela afirma que antes mesmo de se formar já encontrava essa dificuldade de conseguir um emprego. "É muito frustrante, mas quero conseguir uma vaga na minha área de formação. Há muita falta de informação e por isso as pessoas fazem julgamentos antes de saber de minha capacidade profissional. Meu cão-guia é responsável por me levar aos lugares", comenta.

Por outro lado, as empresas também enfrentam dificuldades na hora de contratar um profissional com deficiência. O coordenador de RH da Sei Vigilância, Wenes Moura, está com 23 vagas abertas para vigilantes PCDs (profissionais protadores de deficiência) e não consegue preencher os cargos. 

"É uma profissão que exige muitos requisitos e apesar de oferecermos todos os treinamentos necessários, as pessoas não têm interesse pela vaga. A nossa captação é por profissionais reabilitados pelo INSS", destaca. 

A Lei 8.213/91 que estabelece que empresas com 100 ou mais funcionários são obrigados a ter em seus quadros de 2% a 5% preenchidos por PCDs.

De acordo com o Cadastro Unificado de Dados das Pessoas com Deficiência (Cadef), uma ferramenta do Ministério Público do Trabalho (MPT), o Espírito Santo tem mais de 2 mil vagas disponíveis para PCD.

RECONECTA

Para ajudar as pessoas com deficiência a conseguiram uma vaga no mercado de trabalho e também mais possibilidades nos demais segmentos da sociedade, o MPT realiza até domingo (20) a Conferência e Exposição Estadual de Inclusão e Acessibilidade (Reconeta), Vila Velha. O evento acontece no Boulevard Shopping Vila Velha e conta com palestras, painéis de debates, oficinas, apresentações culturais, entre outras atividades. 

No local, também está disponível um balcão de emprego, com a participação do Sine e de empresas que estão selecionando profissionais PCDs. Também é possível fazer o Cadastro Unificado e Dados das Pessoas com Deficiência (Cadef), que vai unificar informações de profissionais e empresas. 

Claudile Sabino faz duas faculdades, Artes e Arquitetura, e por enquanto prioriza os estudos. "Para mim, a maior dificuldade é a falta de empatia das pessoas. Ainda encontramos muitas dificuldades na sociedade", destaca. 

A procuradora do trabalho Sueli Teixeira Bessa explica que a Reconecta tem entre seus objetivos promover encontro entre empresas e profissionais. Segundo ela, há muitas vagas de emprego abertas para essas pessoas, mas eles ainda enfrentam muitas dificuldades. 

"As pessoas com deficiência ainda encontram muitas barreiras, sendo uma delas o acesso até o local de trabalho.  Há muitos empecilhos atitudinais em todo o processo. Além disso, empresas acham que esses profissionais são incapazes por conta de sua deficiência", afirma.

 

 

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