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Polícia Federal pede extradição de Sann Rodrigues, ex-líder da Telexfree

Polícia Federal pede extradição de Sann Rodrigues, ex-líder da Telexfree

Sanderley está em prisão domiciliar nos Estados Unidos e é investigado no Brasil pela participação na Telexfree e na Ifreex, outra empresa suspeita de pirâmide financeira

Publicado em 16 de julho de 2015 às 03:21

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Nas redes sociais, Sanderley Rodrigues Vasconcelos se apresenta como um empresário e consultor experiente no mercado de marketing multinível (MMN). No entanto, para as Justiças brasileira e americana, Sann, como é conhecido, é uma figura polêmica, suspeita de ser o cabeça de esquemas de pirâmide financeira e enriquecimento ilícito.

O ex-líder da Telexfree – empresa supostamente responsável em aplicar um golpe de quase R$ 3 bilhões em todo o mundo – está no meio de uma disputa entre os dois países.

Em prisão domiciliar nos EUA, Sann, que está na lista dos procurados da Interpol, pode ser extraditado para o Brasil a pedido da Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo.

Aqui no Estado, ele é alvo de duas investigações. O inquérito em mãos da PF apura a participação do consultor na Telexfree. A ideia é desvendar se o empresário era apenas divulgador ou um dos cabeças do negócio.

O outro inquérito, conduzido pelo Ministério Público Federal no Estado, visa a verificar o envolvimento dele na Ifreex, empresa com registro em paraíso fiscal que apresenta indícios de pirâmide financeira, segundo a polícia. Os dois procedimentos focam em crimes de evasão de divisas.

Sann, desde fevereiro, é um foragido da Justiça brasileira. Apesar de uma decisão que o proibiu de sair do país, ele conseguiu embarcar, de maneira ainda não revelada, para os EUA pelo Aeroporto de Guarulhos.

Segundo o delegado da Polícia Federal, Guilherme Helmer, após a fuga, a Justiça brasileira decretou a prisão de Sann. “Tivemos notícias de um evento da Ifreex em Paulínia, em São Paulo. Sanderley foi intimado para prestar depoimento na superintendência de São Paulo. Ele até foi a delegacia, mas não entregou o passaporte”, explica o delegado.

A PF, de acordo com Helmer, solicita que Sanderley seja enviado para o Brasil para que seja julgado pelos crimes contra o sistema financeiro. “O processo para solicitar a extradição é demorado e, por isso, é muito incomum. Teremos que traduzir todo o inquérito para o inglês. Acreditamos que em até sete meses teremos uma resposta sobre extradição”.

Prisão

Sob a suspeita de ter fraudado a obtenção do green card, no dia 18 de maio deste ano, Sann foi preso, em Nova Jersey, nos EUA. Se condenado, o empresário pode pegar até 10 anos de prisão.

Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA, Sann chamou a atenção da imigração porque já foi acusado de praticar crimes naquele país, mas mentiu quanto a isso durante as entrevistas para obtenção dos vistos.

Sann, em 2006, foi acusado de montar a pirâmide financeira Foneclub, que causou prejuízos milionários em Massachusetts. O esquema, aliás, tinha raízes no Espírito Santo, onde o empresário registrou negócios com nomes semelhantes: Universo Foneclub, Mix Phone Club e a Phone Club.

Nos EUA, a fraude consistia na venda de cartões telefônicos pré-pagos como investimentos. No Brasil, a empresa, trabalhava nos moldes da Telexfree. Recrutava pessoas prometendo lucro por meio da comercialização de VoIP. O serviço, aliás, também foi considerado clandestino pela Anatel.

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O advogado que cuida do caso criminal envolvendo a Telexfree, Rafael Lima, diz que Sanderley Rodrigues é só um divulgador da empresa entre os milhões de associados da companhia no mundo.

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