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Produção de petróleo em terra pode dobrar

Produção de petróleo em terra pode dobrar

Programa quer revitalizar áreas de exploração no Espírito Santo

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 11:07

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Tímido no volume de barris de petróleo produzidos por dia, mas com um forte alcance na cadeia de suprimentos, o setor petrolífero terrestre espera voltar a ter destaque e melhorar o seu desempenho.

No Estado, a expectativa é que a atual produção, de um pouco mais de 10 mil barris diários, mais do que dobre nos próximos anos, alcançando quase 25 mil barris, segundo estudo feito pela Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip).

O otimismo do segmento vem de um programa, batizado de Reate, que foi criado para revitalizar as atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás em áreas terrestres. Embora tenha sido lançado em 2017, ontem é que ele foi instituído por meio de uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME).

O texto, publicado no Diário Oficial da União, informa que o objetivo da iniciativa é propor e monitorar ações, projetos e políticas voltadas ao incremento das atividades onshore, conforme reforça o secretário de Petróleo e Gás do MME, Márcio Félix.

“O Reate significa um foco do governo federal no estímulo ao desenvolvimento das atividades de E&P onshore no Brasil, com aumento e diversificação de operadoras e fornecedores de bens e serviços especializados. E, consequentemente, aumento das reservas e produção. Isso vale para o Brasil como um todo e, em particular, para o Norte capixaba”, avalia Félix.

O secretário-executivo da Abpip, Anabal Santos Júnior, diz que nos últimos anos a produção terrestre vem caindo significativamente, uma vez que a maior empresa produtora, a Petrobras, tirou o foco da produção em terra para destinar seus investimentos em campos marítimos de grande produtividade, como os do pré-sal.

O resultado disso é que, atualmente, pouco mais de 5% de todo o petróleo brasileiro vem de bacias terrestres. No Espírito Santo, por exemplo, dos cerca de 350 mil barris de petróleo produzidos por dia, apenas 10 mil são frutos da terra.

“O pior já passou para o setor. Estamos otimistas, mas sempre com cautela. Esperamos que até o primeiro semestre a Petrobras conclua a venda de alguns campos terrestres para que mais empresas possam ter a oportunidade de atuar nessa cadeia”, observa Santos.

Equipamento já está em fase de instalação no pré-sal . (Aker Solutions/Divulgação)

O coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, Durval Freitas, avalia que as políticas voltadas para o desenvolvimento do onshore vão criar mais oportunidades para os pequenos e médios negócios. “Isso movimenta as economias regionais. É uma grande oportunidade de diversificação.”

Produção

10.600 barris de petróleo por dia: foi a produção média em terra no Espírito Santo em 2017.

Potencial

24.774 barris de petróleo por dia: essa é a quantidade potencial que o Espírito Santo tem para produzir óleo em terra caso haja mais investimentos no setor.

Royalties

R$ 302 milhões de royalties deixaram de ser arrecadados para o ES e R$ 462 milhões não foram investidos com a concentração da exploração e produção onshore nas mãos da Petrobras, segundo Abpip.

Manifold feito no ES vai operar em Santos

O primeiro manifold – equipamento que serve para interligar diversos poços à plataforma de petróleo –, feito pela capixaba Imetame vai começar a operar até março no pré-sal da Bacia de Santos.

Nesta primeira fase, a estrutura – que pesa 253,3 toneladas – foi posicionada a uma profundidade de 2.212 metros. A próxima fase será a instalação das linhas de fluxo e conexão com os poços e plataforma para posteriormente iniciar a fase de pré-operação.

O equipamento, feito em Aracruz, é um dos três que já foram entregues à norueguesa Aker Solutions, que contratou a companhia do Espírito Santo para fazer um total de oito manifolds, todos para atender a Petrobras. Esse item é essencial no processo de injeção de água e gás, uma vez que aumenta a recuperação de petróleo dos campos e contribui para a melhoria da produtividade.

Ainda neste ano, um quarto produto será entregue e os demais vão ser finalizados até 2020. De acordo com a Aker e com a Petrobras, os manifolds serão interligados em plataformas dos projetos da Cessão Onerosa e do consórcio BM-S-11, todos do pré-sal.

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O secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo, comemorou o trabalho da Imetame. “É um orgulho para o Espírito Santo ter a fabricação de um equipamento com essa tecnologia e engenharia, o que demonstra a força e a qualidade da indústria capixaba.”

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