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Empresários do ES condenam elevação de tributos

Empresários do ES condenam elevação de tributos

Se adotada, medida vai prejudicar a retomada do crescimento

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 01:22

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(Pixabay)

Após a mais longa recessão da história do Brasil, aos poucos, a economia começa a se estabilizar e a retomar seu ritmo de crescimento. Porém, o ajuste fiscal feito pelo governo até agora não foi suficiente para equilibrar as contas – e a suspensão da tramitação da reforma da Previdência deve piorar ainda mais esse cenário. Diante desse quadro, o governo avalia recorrer ao aumento de impostos como única forma de aumentar a arrecadação e suportar despesas.

A possibilidade levantada pelo governo federal, no entanto, é criticada por empresários, entidades e políticos do Estado, que veem na medida uma ameaça à recuperação econômica do país.

De acordo com o presidente da Comissão Especial de Estudos Tributários da Ordem Brasileira dos Advogados (OAB), Leonardo Nunes Marques, a carga de impostos do país já é uma das mais elevadas no mundo e, sem dúvidas, um aumento irá desestimular os investimentos no Brasil.

“Empresas que irão se instalar ou expandir seus negócios, por exemplo, deixarão de realizar seus planos porque aumento de tributos significa alta nos custos de produção”, explica.

Léo de Castro, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), pondera que a resposta do governo para tentar sair dessa situação, apesar de não interromper a trajetória de crescimento do Brasil, reduz a velocidade da retomada econômica e pode gerar outras preocupações.

“Ele lança uma dúvida de novo sobre a capacidade do país de honrar suas obrigações. O déficit dos últimos anos, perto de meio trilhão de reais, o que não é nada razoável, gera insegurança. E naturalmente os investimentos passam a ser adiados – de novo.”

inviabilidade

A pesada burocracia e a alta carga tributária tornam muito difícil colocar um negócio em atividade no país, lembra o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Jovem, Gustavo Alves de Oliveira.

Com o aumento da tributação, a permanência dos empreendimentos no mercado será testada. Se o custo de produção aumenta, as empresas precisam encontrar uma forma de conseguir manter o negócio financeiramente viável para que sobrevivam, diz ele.

“Se as despesas com a Previdência Social - maior gasto do governo - caírem também nas costas dos empreendedores e empresários em forma de imposto, isso vai acabar inviabilizando os negócios, que deixarão de gerar renda para o país.”

EMPREGOS

Uma das formas encontradas pelas empresas de cortar gastos para permanecerem competitivas no mercado é diminuir o número de trabalhadores que contratam ou que têm em suas estruturas operacionais.

De acordo com Ricardo Paixão, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), o país ainda se encontra com um número de desempregados muito alto. O ano de 2017 fechou com quase 12 milhões de pessoas nessa situação.

“A maior parte das famílias ainda têm membros que estão desocupados e isso faz com que essa alta nos impostos tenha impacto direto no orçamento familiar”, analisa.

Aridelmo Teixeira, presidente do Espírito Santo em Ação (ES em Ação), complementa que o governo precisa procurar outra alternativa que não seja o pagamento dos impostos. “Com o aumento das taxas, as pessoas que sairão mais prejudicados são as mais humildes e os empregos das classes C, D e E serão impactados diretamente”, comenta.

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Teixeira ainda enfatiza que o aumento deveria ser a última alternativa usada pelo governo. “Temos duas notícias ruins ao mesmo tempo. A primeira é a reforma da Previdência, que não foi feita e era necessária para frear os gastos do governo. A segunda é a possibilidade de aumento de impostos”.

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