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Mapa vai revelar profissões em alta no ES

Mapa vai revelar profissões em alta no ES

Ferramenta reunirá demanda de empresas e cursos ofertados

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 00:46

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Rosiane Alves está em seu segundo curso técnico e se prepara para entrar no mercado de trabalho. (Carlos Alberto Silva)

Uma ferramenta inovadora vai ajudar os profissionais do Estado a planejarem a carreira e a aumentarem as chances de contratação. Além de revelar as profissões que estarão em alta nos próximos anos no Espírito Santo de acordo com as necessidades das empresas, o Mapa da Educação Profissional (MEP) vai detalhar os cursos de qualificação relacionados a elas e disponíveis em todos os municípios capixabas.

O site está sendo desenvolvido pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), em parceria com o movimento empresarial Espírito Santo em Ação e outras entidades como a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). A expectativa é de que a plataforma seja lançada até o final de março.

A diretora-presidente do Instituto, Gabriela Lacerda, explica que o objetivo é auxiliar no planejamento da força de trabalho do Espírito Santo nos próximos anos.

“Com a ferramenta, as empresas poderão antecipar a demanda de profissionais e, por sua vez, as escolas terão tempo hábil para implementar os cursos. Já o cidadão poderá pesquisar quais serão essas demandas e onde poderão se qualificar. O MEP vai funcionar quase como uma bússola para planejamento da mão de obra no Estado”, explica Gabriela.

Ela afirma que os dados cadastrados pelas companhias vão especificar os profissionais mais demandados no período de seis meses, um ano e até dois anos.

A diretora de Estudos e Pesquisas do IJSN, Ana Carolina Giuberti, explica que estudos sinalizam que dois anos é um bom horizonte de planejamento tanto para empresas quanto para profissionais.

“Esse é um tempo mínimo necessário para a formação de um técnico ou tecnólogo”, destaca Ana Carolina. “A educação técnica tem uma relação direta com o desenvolvimento econômico do Estado”, complementa a diretora-presidente do Instituto, Gabriela Lacerda.

Um levantamento recente do Senai-ES apontou os profissionais que serão mais demandados pela indústria até 2020. Na lista, figuram os cursos técnicos em eletrotécnica, em mecânica e em automação industrial, além de qualificações como soldador e eletricista.

André Corrêa buscou curso técnico para ter chance de promoção onde trabalha. (Carlos Alberto Silva)

EXPECTATIVAS

Com a expectativa de ampliar suas chances no mercado de trabalho, Rosiane Darch Alves, de 20 anos, está em seu segundo curso técnico no Senai. Ela terminou, em 2017, o curso Técnico em Automação e este ano começou o Técnico em Eletrotécnica.

“Em conversa com o meu orientador, percebi que fazer um segundo curso iria completar meu currículo. O ramo da automação é muito promissor e a eletrotécnica vai me ajudar muito. Quero muito conseguir um estágio, mostrar meu trabalho e conseguir uma vaga no mercado de trabalho.”

QUALIFICAÇÃO ATRAI EMPRESAS

A qualificação profissional vai aumentar as chances de o Estado atrair diferentes empresas nos próximos anos. O diretor de competitividade do Espírito Santo Em Ação, Naílson Dalla Bernardina, destaca que o Mapa da Educação Profissional vai ser primordial para a tomada de decisão das empresas, tanto as que já estão em operação quanto as que têm interesse de investir em terras capixabas.

“A ideia é preparar a mão de obra. Todos os projetos passam pelo movimento empresarial e governo do Estado, mas não havia um local aonde as empresas pudessem lançar suas demandas no mercado. A plataforma poderá ser um diferencial competitivo para atração de negócios para o Estado. A falta de trabalhadores qualificados é um dos entraves na hora da implantação de novos projetos no Estado”, ressalta o diretor.

O professor do Vasco Coutinho, Fabiano de Paula, destaca que as informações cadastradas no sistema terão prazo de validade. “Quando estiver próximo da data, será possível cobrar a atualização dos dados”, aponta.

Dados do Instituto Jones dos Santos Neves apontam que um terço da população do Estado frequenta ou frequentou um curso de qualificação técnica ou tecnológico.

A diretora-presidente do Instituto Jones, Gabriela Lacerda, destaca que apenas 37% dos alunos concluem os cursos de qualificação profissional. E entre os que concluíram, cerca de duas em cada cinco pessoas nunca trabalharam na área escolhida.

Já para o técnico, a taxa de conclusão é bem superior, 93%. Entretanto, 42% dos alunos nunca trabalharam na área do curso. “A falta de vaga para trabalhar na área figura entre os principais motivos de desinteresse, seguido por ter conseguido emprego em outra área. O MEP vai fazer ajustes nesse casamento entre oferta e demanda. Haverá mais sinergia entre escolas e setor produtivo”, destaca a diretora-presidente.

Quanto à graduação tecnológica, 79% dos alunos concluem o curso, mas 59% nunca trabalharam na área. A falta de vagas é o maior motivo.

André Corrêa, de 32 anos, trabalha em uma indústria do ramo alimentício na área de manutenção. Ele decidiu fazer o curso Técnico em Mecânica no Senai para conseguir mais oportunidades. “Espero ter a chance de mostrar ainda mais serviço e contribuir com o crescimento da empresa. Sempre gostei da parte mecânica dos equipamentos e a empresa em que eu trabalho costuma fazer processos seletivos internos para promover funcionários. Quero estar pronto para isso”, comenta.

COMO VAI FUNCIONAR

Objetivo

O Mapa da Educação Profissional (MEP) vai auxiliar o mercado capixaba no planejamento da força de trabalho no Estado nos próximos dois anos. A ferramenta vai reunir em um só lugar as informações sobre os profissionais que as empresas precisam e os cursos de educação profissional existentes de Norte a Sul do Espírito Santo. É bom lembrar que o MEP não vai funcionar como um portal de emprego, pois este é o papel do Sine.

Formação profissional

A ferramenta vai indicar qual formação profissional o mercado oferece e qual precisa. Por meio da plataforma, será possível localizar, por município, os cursos de formação profissional ofertados por escolas públicas e privadas em todo o Estado, além do quantitativo de profissionais demandados pelo mercado. Neste primeiro momento, haverá a indicação apenas da demanda por profissionais de educação técnica e tecnólogos.

Para as empresas

As empresas poderão fazer o cadastro no MEP indicando qual é sua demanda de profissionais. As companhias vão informar a necessidade de mão de obra tanto para ampliação quanto para novos projetos. Além disso, o sistema vai informar se há oferta de cursos para a formação desejada e quais escolas oferecem a qualificação na região.

Para as escolas

A ferramenta vai informar o quantitativo de profissionais demandados por curso e município de sua atuação. Desta forma, a instituição de ensino vai poder se programar para oferecer determinadas qualificações.

Para os cidadãos

O cidadão vai poder conhecer qual será a demanda por profissionais por região e quais são as escolas mais próximas dele que oferecem os cursos de educação profissional.

Prazos

Em curto prazo, o Mapa vai funcionar como um canal de comunicação permanente entre empregadores e escolas. A ideia é melhorar a composição imediata da oferta de vagas da educação profissional. Já a médio e longo prazo, a ferramenta vai adequar o tamanho, a composição e a formatação da oferta de cursos à demanda do mercado de trabalho local, além de aumentar os incentivos à formação desses profissionais, facilitar a conexão entre a procura das empresas e a busca por emprego e, principalmente, aumentar a utilização de mão de obra local.

Quem precisa se cadastrar

O cadastro deve ser feito pelas empresas, que vão informar quais profissionais precisam. As instituições educacionais também vão fazer o cadastro, pois assim darão visibilidade aos cursos que oferecem. A ideia é que as companhias ajudem a planejar o mercado capixaba para a formação profissional. Por meio do cadastro, a empresa também receberá a informação de onde há cursos disponíveis na região em que a empresa quer se instalar ou ampliar seus projetos. As informações vão indicar que existe a demanda e as escolas poderão se programar para oferecer a qualificação. Além disso, o sistema vai avisar quando os prazos estiverem próximos de vencer.

Parceiros

O Mapa está sendo desenvolvido pelo Instituto Jones dos Santos Neves em parceira com o Movimento Espírito Santo em Ação, órgãos do governo estadual, entre outras entidades.

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Fonte: Instituto Jones dos Santos Neves.

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