A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) rejeita a hipótese de falha na atuação no caso Postalis e defende que, sem o trabalho de fiscalização e acompanhamento, o rombo desse e de outros fundos de pensão seria ainda maior. Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) argumenta que não faz parte de suas atribuições a fiscalização dos fundos de pensão.
O diretor de fiscalização da Previc, Sérgio Taniguchi, diz que o órgão ainda não foi notificado. O diretor rejeita a percepção de que houve falha. Essa possibilidade de omissão, especialmente no Postalis, foi levantada na CPI dos Fundos de Pensão e pelo Tribunal de Contas da União e não há apontamento de omissão, diz, ao argumentar que, ao contrário, o trabalho da Previc permitiu à PF deflagrar ações para investigar o tema.
Diria que, se não tivesse o trabalho da Previc, o rombo não só no Postalis como em outras fundações seria muito maior, diz. Taniguchi argumenta que a Superintendência fez diversas autuações no fundo e a intervenção foi decidida após percepção de que gestores flertavam com novas operações inadequadas ou de maior risco.
Já a CVM explicou em nota que a fiscalização dos fundos de previdência complementar não está entre as responsabilidades do órgão. A Comissão lembra ainda que há interação do órgão com o MPF desde 2008, quando foi firmado um termo de cooperação.
Citado como uma das entidades que avaliou o investimento do fundo dos carteiros no projeto Mudar Master, o escritório Bocater, Camargo Costa e Silva Advogados explica em nota que foi contratado para a análise exclusivamente dos aspectos legais de propostas de investimentos. A empresa cita que não externou qualquer opinião sobre a adequação valores ou riscos financeiros.
Já a SR Rating diz em nota que aplicou rigorosamente a metodologia à época estabelecida para avaliação do investimento do Postalis. O rating atribuído em 2010 e 2011 era considerado mediano. A partir de setembro de 2012, a agência rebaixou a nota em vários patamares. A SR Rating afirma que atuou com total rigor técnico na avaliação da empresa e os resultados foram amplamente conhecidos pelos gestores do Postalis.
Mencionada como consultora para o investimento no FIP Bioenergia do Grupo Canabrava, a Apsis Consultoria afirmou em nota que realiza com regularidade laudos que suportam diversas operações societárias. Apresentamos tudo que nos foi solicitado pelas entidades governamentais e reguladoras para as investigações em curso.
As consultorias Baker Tilly Brasil e LF Rating também citadas pela PF e MPF foram procuradas, mas não se pronunciaram até o fechamento desta reportagem.
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