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Técnica de criação de gado aumenta produção de leite no ES

Técnica de criação de gado aumenta produção de leite no ES

Confinamento é uma solução para períodos de seca ou quando falta alimentos no pasto

Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 00:28

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Atividade bovina injeta mais de R$ 1,1 bilhão por ano na economia capixaba. (Pixabay)

A pecuária é uma das principais atividades econômicas do Espírito Santo. A atividade bovina em geral injeta mais de R$ 1,1 bilhão por ano na economia capixaba, segundo o Instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 O uso das pastagens para criação de gado é predominante e soma mais de 1,3 milhão de hectares de área. Mas, existem outros sistemas usados, como os espaços limitados, que, se aplicados corretamente, podem aumentar a produtividade e a qualidade do leite. Essa técnica é conhecida como compost barn, que significa celeiro de compostagem.

De acordo com o professor de bovinocultura de leite no Departamento de Zootecnia da Ufes, Gercílio Alves de Almeida Júnior, o sistema traz conforto para os animais, mesmo que eles estejam em confinamento, desde que haja um manejo adequado do local.

“Esse modelo foi criado nos Estados Unidos, como uma alternativa ao confinamento individual. É interessante para quem não tem pasto”, comentou.

Porém é importante que o produtor não veja o compost barn como substituto da pastagem e, sim, como um auxílio para os períodos de seca ou de inverno, por causa da falta de alimento no pasto. É o que argumenta o zootecnista e extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Bernardo Lima Bento de Mello.

A pecuária leiteira capixaba produz uma média de 500 mil toneladas de leite por ano. Já a pecuária de corte do Estado produz anualmente 87 mil toneladas de carne. Mas se o alimento para o gado não faltar, a produção de leite pode aumentar.

 “Em mais da metade das propriedades com gado do Estado falta alimento para o gado em pelo menos um dia do ano porque há uma escassez no pasto”, explicou Mello.

Um dos principais alimentos do gado confinado é o milho, que representa mais de 50% da mistura necessária para os animais. Porém, o Estado não tem vocação para a produção desse grão em escala, aponta o zootecnista. Por isso, o custo dos produtos de origem animal aumenta com a técnica do confinamento do gado.

Por outro lado, uma vantagem desse tipo de criação é a redução do passivo ambiental do esterco gerado pelos animais. Ao invés de cair no leito do rio e provocar contaminação, por exemplo, pode ser usado como adubo pela agricultura.

Compost Barn: espaço precisa ser amplo, ventilado e ter luz natural. (Reprodução/ Marketing Agrícola)

CONHEÇA O COMPOST BARN

Utilização

O compost barn consiste em um grande espaço físico coberto para confinamento coletivo de gado. No piso, é colocada uma compostagem de palha, casas ou serragem. O principal objetivo é garantir aos animais conforto e um local seco.

Estrutura

É preciso ter barracão com contenção do material da cama, maquinário para revolver a cama duas vezes por dia, bebedouro, corredor de trânsito dos animais, coxo de alimentação e ventilação para forçar a saída de odores e calor.

Recomendação

A técnica é recomendada para gado de alto desempenho e de raças europeias. Mesmo assim, segundo especialistas, o sistema não substitui a pastagem.

Manejo

Com um manejo adequado, a “cama” dos animais mantém sua regularidade. Caso seja feito de maneira inadequada, poderá ter como consequências: animais sujos e possibilidade de mastite clínica, por exemplo.

Umidade

O barracão com a contenção do material da cama precisa ser revolvo duas vezes ao dia com maquinário para que não acumule umidade e apodreça.

Temperatura

No ambiente, a ventilação é controlada e a temperatura também é mais amena para o gado.

Espaço amplo

O local de instalação deve possuir boa ventilação e luz natural, drenagem de água em dias chuvosos e amplo espaço para evitar superlotação. Mas também pode ser colocada tubulação de ventilação.

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Fontes: Bernardo Lima Bento de Mello, Gercílio Alves de Almeida Júnior, Sebrae e Embrapa.

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