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Novo Aeroporto de Vitória limita voos turísticos pelo litoral do ES

Novo Aeroporto de Vitória limita voos turísticos pelo litoral do ES

Rotas de aeronaves de pequeno porte serão pela região de montanhas, restringindo voos sobre praias e o Convento da Penha

Publicado em 22 de março de 2018 às 00:32

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Nova área do Aeroporto de Vitória. (Reprodução)

Se por um lado o novo Aeroporto de Vitória vai melhorar os serviços ofertados aos passageiros e contribuir para dinamizar a economia capixaba, por outro irá trazer algumas limitações em relação aos voos turísticos e às rotas pelo litoral feitas por pilotos de aeronaves de pequeno porte.

Voos panorâmicos, por exemplo, para conhecer praias como Itapoã, Itaparica, Camburi e Praia da Costa, ou mesmo para ver do alto o Convento da Penha, o Morro do Moreno e a Baía de Vitória, vão sofrer restrições.

Isso vai acontecer porque a partir da operação do novo complexo aeroportuário, o espaço aéreo da Grande Vitória vai passar por algumas mudanças, entre elas a do traçado da Rota Especial para Aeronaves (REA), também conhecida como Carta dos Corredores.

A REA é usada por aeronaves que operam por voos visuais, como monomotores, e não por instrumentos, como é o caso dos aviões comerciais. Ou seja, aeronaves como jatinhos, ultraleves e helicópteros terão que se adaptar ao novo traçado dos corredores.

Enquanto a atual REA dá a opção ao piloto de percorrer dois caminhos principais: pelo litoral ou pela região de montanhas, a nova prevê que a rota da aeronave aconteça em sua maior parte pelo continente. A alteração vai ser necessária porque os aviões comerciais vão passar a se aproximar da nova pista pelo mar.

Entre profissionais da aviação, a nova opção de trajeto para voos visuais tem dividido opiniões. Mesmo que grande parte dos pilotos reconheça que trata-se apenas de uma questão de adaptação, há quem pondere sobre a tendência de redução dos voos panorâmicos e também sobre o fato de as condições de voo na região de montanhas serem mais adversas.

O conselheiro do Aeroclube do Espírito Santo, Alfredo Ghidini, disse que atualmente são contratados de 30 a 40 voos panorâmicos por mês no aeroclube e que um dos destinos preferidos dos passageiros é o Convento da Penha, justamente uma das rotas que vai ser impactada pelo desenho da nova REA.

“Não é que nunca mais vão acontecer esses voos. Mas eles vão ficar restritos a condições de tráfego. A torre de controle do Aeroporto de Vitória não vai colocar em conflito um avião com 200 passageiros e uma aeronave que esteja fazendo um voo panorâmico. A preferência sempre será do avião comercial”, ponderou Ghidini, após citar que da demanda por esse tipo de voo, 60% vêm de moradores do Estado e 40% dos turistas.

Para o piloto esportivo Cassiano De Luca, a principal mudança será em relação às condições de voo para os pilotos que vão passar a trafegar pela região de montanhas.

“Em função do relevo, a visibilidade é baixa e há mais turbulências. Pelo litoral, em contrapartida, tudo fica aberto, a visibilidade é mais limpa, e é mais seguro”, avaliou.

De Luca citou o exemplo de uma aeronave que sai do aeroclube na Barra do Jucu, com destino a Porto Seguro (BA). “Atualmente, a escolha do piloto é passar pelo litoral, ou seja, decolar de Vila Velha, sobrevoar pelo Porto de Tubarão e seguir pelo mar até o destino. Mas, com a nova REA, o piloto vai decolar de Vila Velha, pegar o continente, passar por Cariacica, por trás do Aeroporto de Vitória e do Mestre Álvaro. Tudo em região de montanha.”

 

 

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