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Carnês e crédito pessoal se transformam em vilões dos endividados em Vitória

Carnês e crédito pessoal se transformam em vilões dos endividados em Vitória

Na Capital, em março, quase 60% das dívidas das famílias eram com essas modalidades de crédito

Publicado em 17 de abril de 2018 às 18:13

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(Reprodução/Pixabay)

As dívidas com crédito pessoal e carnês aumentaram entre as famílias de Vitória. Quase 60% dos endividados estão com o nome sujo devido a esses dois tipos de serviços.

Veja gráficos abaixo

De acordo com os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de março, divulgada pela Federação do Comércio, Serviços, Bens e Turismo (Fecomércio-ES), o percentual de endividados com crédito pessoal passou de 30,7%, em março de 2017, para 57,9% no mesmo mês deste ano. Já as dívidas com carnês saíram de 19,36% para 56,8%, no mesmo período analisado.

Essas duas modalidades de crédito desbancaram o cartão de crédito, que em março de 2017 era responsável pelas dívidas de 66,1% das famílias, e o cheque especial, que era responsável pelo endividamento de 32,3% das famílias. Já no mesmo mês deste ano, as dívidas com cartão de crédito caíram para 42,3%, e o cheque especial para 12,2%.

Segundo o diretor da Fecomércio José Antônio Pupim, entre os fatores que explicam a mudança no comportamento do consumidor está o fato de alguns lojistas estarem abandonando as vendas com cartão de crédito, já que o custo de manutenção dessa forma de pagamento é elevado.

"O empresário sabe do custo, então ele decide trocar o cartão pelo carnê da loja, mesmo sabendo do alto risco de inadimplência. Esse consumidor que está comprando agora com o carnê, na maioria dos casos, é o que deixou de usar o cartão de crédito. Já o crédito pessoal vai na mesma linha. Um consumidor, que já perdeu a credibilidade nas outras modalidades, pega o crédito pessoal e empréstimos diversos para comprar ou saldar as dívidas", explicou.

Ainda de acordo com Pupim, as famílias de Vitória ficam com uma dívida atrasada durante 61 dias, em média. Tempo em que há incidência de juros e multa, aumentando o valor do débito.

VEJA GRÁFICOS

NÚMERO DE ENDIVIDADOS CAIU

O número de pessoas endividadas caiu na capital capixaba. Em março, mais de 9,4 mil famílias conseguiram limpar o nome e deixaram de estar endividadas em comparação ao mês passado. 

Em fevereiro, 71,4% das famílias se declararam endividadas, já em março, este número passou para 64%, o que representa mais de 82,2 mil famílias. A diferença é de 7,4 pontos percentuais (p.p) de um mês para o outro.

Segundo o diretor da Fecomércio José Antônio Pupim, parte da melhora neste cenário deve-se a uma sensível melhora no comércio. "Hoje, temos mais empregos do que desempregos. O país cessou com o processo de demissões e iniciou o de criação de novos postos, mas ele ainda está muito lento. Porém, o trabalhador que está entrando no mercado vai pagando as dívidas e voltando a ser adimplente", comentou.

Além disso, se ampliarmos a margem de cálculos de janeiro a março, o número de famílias endividadas caiu ainda mais (-13.245), já que em janeiro o índice estava em 74,4%, representando quase 95,5 mil famílias.

O percentual de março deste ano também foi melhor do que o apresentado no mesmo período do ano passado, quando 69,1% das famílias se declararam endividadas.

COM CONTAS EM ATRASO

O indicador de inadimplência, que monitora famílias que declararam ter pelo menos uma conta ou dívida em atraso, também caiu no último mês. Em janeiro, estava em 62%, enquanto em fevereiro passou para 54,3% e, em março, chegou a 42,6%, menor patamar desde maio e março de 2017, quando o índice ficou em 42,1%.

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Outro dado positivo para a economia capixaba é a redução no número de famílias que não tinham como pagar as contas. No mês de fevereiro, esse grupo era composto por 21% das famílias, maior indicador de toda a série histórica da pesquisa. Porém, no mês passado, caiu para 15,3%. Na Capital, quase 19,7 mil famílias ainda não têm conduções de liquidar com suas  dívidas.

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