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Cônsul americano abre as portas dos EUA para empresas capixabas

Cônsul americano abre as portas dos EUA para empresas capixabas

James Story vai liderar uma comitiva de empresários para se reunir com representantes dos 50 Estados norte americanos. Para ele, empresas capixabas podem se instalar nos EUA

Publicado em 20 de abril de 2018 às 20:58

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James Story, cônsul geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, irá assumir uma missão na Venezuela em junho. (Ismael Inoch)

Em sua última missão diplomática antes de deixar o Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro - que abrange além do Estado carioca, o Espírito Santo e a Bahia - o diplomata James Story está determinado a levar mais empresas capixabas para se instalar nos Estados Unidos.

Ele esteve em Vitória nesta sexta-feira (20) e disse que quer liderar uma nova comitiva de empresários para uma espécie de feira com representantes dos 50 Estados norte-americanos. Em novembro, ele já havia levado o governador Paulo Hartung (PMDB) e um grupo de investidores capixabas para um “tour industrial” na Carolina do Sul.

Story vai deixar o comando do consulado brasileiro em junho para assumir um posto na Embaixada Americana na Venezuela. Ele conversou com o Gazeta Online sobre o desafio do novo posto e as relações entre os Estados Unidos e o Espírito Santo, principalmente depois de uma medida do presidente Donald Trump, que elevou para 25% a taxa de importação do aço, um dos produtos capixabas que têm no país americano o seu principal cliente.

O diplomata também destacou a abertura para empresas estrangeiras investirem mais no petróleo, algo que deve atrair bons negócios para a costa capixaba. Ele também falou sobre os conflitos na Síria e a tensão entre russos e americanos. 

A comitiva capixaba que o senhor liderou em novembro já rendeu resultados?

Sim. Algumas empresas voltaram a visitar os Estados Unidos e contrataram advogados para planejar novas parcerias. A Carolina do Sul, especificamente, oferece isenção de impostos para quem levar maquinário ou matéria-prima para lá. Para o mercado de rochas ornamentais, por exemplo, pode ser um ótimo negócio, já que empresas do Estado muitas vezes levam essas rochas para outros países para beneficiar os produtos antes de vendê-los ao consumidor americano. Além disso, o governo de lá paga para o empresário capacitar trabalhadores norte-americanos, diminuindo os custos de quem se instalar lá.

Acha que é possível expandir essa relação de negócios entre o Espírito Santo e os EUA?

Esse é o meu objetivo no Estado. Vamos realizar em junho a Select USA, uma feira onde os representantes dos 50 Estados norte-americanos vão mostrar as vantagens para possíveis parcerias, seja para o fornecimento de materiais para indústrias americanas ou até a abertura de empresas brasileiras por lá. Qualquer empresa capixaba que tenha interesse pode nos procurar no consulado para participar.

Em relação às taxas de importação do aço, que subiram para 25% por uma decisão de Trump, o governo brasileiro ainda tenta negociar. Acha que esse cenário pode ser revertido?

É uma conversa que está em andamento, as contrapartidas estão sendo trabalhadas (uma delas seria a limitação da entrada de aço brasileiro nos EUA). Acho que era algo que precisava acontecer, como foi com o etanol americano. O Brasil quis aumentar a alíquota, tivemos uma conversa e chegamos a um acordo. É cedo para dizer que este assunto está terminado.

Como você encarou essa nova missão na Venezuela, que passa por uma crise tão difícil neste momento?

Eu queria ir para a Venezuela. Vai ser um trabalho que utilizará todos os meus conhecimentos como diplomata. Desafios nós temos em todos os países, já passei por outras situações desafiadoras.

Quais foram os desafios que enfrentou no Brasil?

Infelizmente, vi um país perder o otimismo com a economia. O Brasil teve uma das piores quedas do PIB de sua história e ver esse sofrimento foi difícil. Mas, me parece que o país está no caminho certo para voltar a crescer, vai levar um tempo, mas vai acontecer.

E no Estado?

Algo que irá atrair investimento no Espírito Santo é a abertura do mercado de óleo e gás para investidores internacionais. No entanto, acho importante que tanto capixabas quanto cariocas não “coloquem todos os ovos na mesma cesta”, ou seja, que não deixem que se dependam tanto dessa atividade. Mas o Estado vai voltar com força neste setor.

Como analisa a questão da Síria e a tensão entre russos e americanos?

A Síria é uma questão complicada, não sei se seria a melhor pessoa para falar.

E sobre a saída da família Castro da presidência de Cuba?

Temos que esperar para ver. Todos estão pensando qual vai ser o próximo passo, se haverá mudança ou se vão continuar com a mesma linha. De uma forma geral, a América Latina teve uma mudança nos últimos 15 anos. O socialismo por aqui ganhou muita força e, agora, já não tem o poder que tinha.

Por fim, como avalia estes três anos à frente do consulado?

Busquei intensificar os intercâmbios entre os dois países. Quero que o máximo de brasileiros viajem para a América e que os americanos também venham ao Brasil. Acho que o mundo se torna um lugar melhor quando nós conhecemos uns aos outros. Temos avançado nesse sentido. Só em fevereiro, cresceu em 87% a procura de vistos americanos para vir para o Brasil. É uma porta que está cada dia mais aberta.

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