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Famílias perdem R$ 180 ao jogarem comida fora

Famílias perdem R$ 180 ao jogarem comida fora

O desperdício mensal equivale a 5% do orçamento doméstico

Publicado em 2 de abril de 2018 às 00:20

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O perfil do consumidor que desperdiça comida. (Genildo Ronchi)

Num país com mais de 13 milhões de desempregados e com mais de 52 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, o desperdício de comida é uma realidade presente na maioria dos lares.

Sem planejar as compras, famílias brasileiras gastam, em média, R$ 180 por mês com alimentos que acabam no lixo, produtos, aliás, que poderiam estar na mesa daqueles que não têm condições de comprar. Muita gente não se dá conta de como esse comportamento não tem apenas um impacto social, mas também um efeito negativo no orçamento doméstico.

Se aplicasse o mesmo valor, por exemplo, num investimento com retorno de 6% ao ano, uma família conseguiria ao longo de 60 meses construir uma poupança de R$ 12.621,40. Em 30 anos, seria possível alcançar R$ 181.716,77. Em 50 anos, R$ 685.102,87.

Levantamento do Instituto Akatu, com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que as famílias desperdiçam um terço do que gastam com comida nos supermercados. Isso equivale a 5% da renda mensal.

Perfil

A principal causa do desperdício, segundo a coordenadora de conteúdo do instituto, Virginia Antoniolli, é o gosto por abundância de comida. Com essa fartura acaba havendo sobras, muitas vezes, não aproveitadas. “O brasileiro valoriza muito a fartura, é um traço cultural forte presente em todas as classes. No entanto, tem aversão ao consumo das sobras das refeições”.

A falta de organização das famílias é apontada também como um dos motivos para tanta perda de alimentos. O consumidor que desperdiça comida tem por hábito comprar em excesso e por impulso.

“O ideal é pensar no cardápio da semana, listar os ingredientes necessários para produzir esses pratos e comprar apenas a quantidade necessária para o preparo. Também é importante verificar quais são os produtos que já existem em casa antes de preparar a lista”, orienta.

De acordo com a FAO, agência das Nações Unidas preocupada em erradicar a fome no mundo, a maior parte do desperdício de comida no Brasil ocorre no comércio: pelo menos 50% acaba sendo descartada. A perda nos domicílios equivale a 10% do que é rejeitado.

Dicas para economizar

Compra

Planeje o cardápio semanal, liste os ingredientes necessários para produzir esses pratos e compre a quantidade certa para o preparo.

Não esqueça de verificar o que você já tem em casa antes de preparar a lista.

Dedique atenção especial aos alimentos perecíveis, que estragam mais rápido, buscando comprar em quantidades menores e mais vezes por semana, se possível.

Não vá às compras de alimentos com fome, pois isso pode induzi-lo a comprar em excesso.

Dê preferência a frutas, verduras e legumes da época. Assim, esses produtos não virão de tão longe e chegarão mais frescos, durando mais tempo. Além disso, os alimentos produzidos na época mais propícia para o seu crescimento exigem uma menor utilização de agroquímicos e insumos em sua produção do que os produtos fora de sua época ideal.

Dê preferência aos alimentos produzidos em locais próximos ao que você vive. Essas escolhas diminuem o tempo de transporte e o alimento dura mais tempo. Além disso você contribui para a economia e governança local.

Armazenamento

Ao estocar os produtos no armário ou na geladeira, coloque na frente ou em cima os mais antigos e atrás ou em baixo os mais recentes.

Se for congelar os alimentos, separe em pequenas porções, equivalentes ao consumo de uma refeição, já que não é indicado “recongelar” um alimento depois de descongelado.

Atente-se às recomendações de armazenamento nas embalagens

Boa parte das perdas de alimentos em residências é derivada da estocagem inadequada dos produtos: alguns devem ir à geladeira, outros precisam ficar em ambientes secos e sem incidência solar.

Preparo e consumo

Utilize os alimentos integralmente, ou seja, inclua sementes, talos, folhas e cascas nas receitas. Muitas vezes as partes dos alimentos que jogamos fora são extremamente nutritivas e ricas em fibras.

Reaproveite alimentos que são sobras de uma refeição e que muitas vezes ficam “perdidos” na geladeira, que podem se transformar em bolinhos, tortas, sopas etc.

Use os alimentos “feios”. Frutas, legumes e verduras um pouco machucados ou com formato diferente do usual são tão nutritivos quanto os que não estão machucados ou tem o formato usual.

Coloque no prato só o que você vai comer.

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Fonte: Instituto Akatu

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