Um gargalo conhecido da infraestrutura capixaba, o portuário, está mais próximo de ser resolvido ou, pelo menos, minimizado. O investimento de mais de meio bilhão de reais da Imetame em um porto em Barra do Riacho, Aracruz, vai permitir que o Estado entre na rota dos maiores navios do mundo.
Com calado (profundidade) de 16,5 metros e chegando a 19 metros em alguns pontos, o terminal vai atender à indústria de petróleo offshore, além de movimentar cargas gerais, granéis líquidos e sólidos, café, granito, entre outros produtos. Só para se ter uma ideia, o Porto de Vitória, mesmo após ter passado pelo processo de dragagem, tem calado de 13,5 metros.
Esse porto vai trazer oportunidades para o Espírito Santo ao receber grandes embarcações. Ele vai permitir que navios Post Panamax 2, que ainda não aportam em nenhum porto conteinero do Brasil, passem a aportar no nosso porto. Teremos navios de grande porte chegando na nossa costa, afirmou o presidente da Imetame, Etore Cavallieri.
Ele também ponderou que a situação que acontece hoje, de parte da carga vir para o Espírito Santo por meio de portos vizinhos, como do Rio de Janeiro, Santos e Santa Catarina, vai mudar. Essas cargas poderão chegar todas aqui pelo Espírito Santo.
O anúncio da melhoria da infraestrutura logística aconteceu ontem durante evento, no Palácio Anchieta, Vitória, que reuniu políticos, autoridades e empresários. Na ocasião, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Iema) deu o aval para a Imetame iniciar a construção do porto, que está prevista para acontecer nos próximos seis meses.
Com a emissão da Licença de Instalação (LI) do empreendimento - que passou por alterações, já que o projeto inicial previa um porto com foco no segmento offshore e agora engloba diferentes tipos de cargas -, a expectativa é de que em 2021 o porto receba o seu primeiro navio. Segundo Cavallieri, o terminal, com retroárea de cerca de 800 mil metros quadrados, vai ter três berços. Um com 450 metros, outro com 430 metros e um terceiro com 800 metros, que poderá receber dois navios grandes.
O primeiro momento de operação prevê o funcionamento de apenas um berço, mas a dragagem já será realizada na sua profundidade final. Cavallieri observou que há uma segunda fase planejada, com projeto de engenharia pronto. Essa é um pouquinho mais para frente. De acordo com o crescimento da demanda, implantaremos o restante do projeto.
O governador Paulo Hartung considerou o sinal verde para a construção do empreendimento como um marco. Um novo porto no Estado, com calado maior e podendo receber navios que hoje não chegam aos portos brasileiros. Isso nos leva a afirmar que é um momento histórico para o Espírito Santo e com repercussão na economia brasileira, destacou, ao observar que a mudança da poligonal (traçado) de Barra do Riacho, em 2015, foi fundamental para viabilizar esse investimento.
OS PROJETOS
Imetame
O porto, em Aracruz, será voltado para movimentação de cargas gerais, contêineres,granéis sólidos, líquidos e gasosos, além de atender o segmento de petróleo e gás.
Serão investidos R$ 590 milhões e abertos 1.750 empregos, sendo 650 nas obras e 1.100 na operação.
Porto Central
O terminal em Presidente Kennedy receberá investimentos de R$ 3,5 bilhões na primeira fase. A expectativa é que ele comece a operar em 2022.
O negócio vai criar 4,7 mil vagas na construção e 2 mil na operação, que será voltada para diversos tipos de cargas.
Portocel
O terminal em Barra do Riacho, Aracruz, vai receber investimentos de R$ 2 bilhões nos próximos anos.
Com o projeto de expansão, o porto passará a ter um calado (profundidade) de 15 metros e vai ter a capacidade de movimentar 14 milhões de toneladas por ano de celulose.
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