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Número de homens com tarefas domésticas aumenta no Espírito Santo

Número de homens com tarefas domésticas aumenta no Espírito Santo

Eles já representam 43% das pessoas que cuidam da casa no Estado, segundo o IBGE

Publicado em 19 de abril de 2018 às 02:05

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Os homens estão cada vez mais inseridos nos afazeres diários do lar. O número de pessoas do sexo masculino que realizam tarefas domésticas aumentou quase 14% no Espírito Santo entre 2016 e 2017. Entre os fatores que explicam este crescimento, estão o reflexo da crise, que fez com que muitos deles perdessem seus empregos, e o processo de mudança cultural que estamos vivendo.

Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, 1.066.098 homens contribuíam nos afazeres de casa. Já em 2017, o número passou para 1.215.146.

Mesmo que a participação masculina no cuidado com a casa tenha melhorado, as mulheres ainda são maioria quando falamos no assunto. Elas representaram, em 2017, quase 1,6 milhão de pessoas no Estado, o que corresponde a um crescimento na ordem de 4,59% ante 2016. Ou seja: o número passou de 1.512.104 para 1.581.462 em um ano.

DIFERENÇAS

No Brasil, as mulheres ainda dedicam, em média, dez horas semanais a mais que os homens nos trabalhos domésticos.

Apesar dessa diferença entre gêneros, o IBGE avalia que houve avanço, principalmente devido à crise. De acordo com o instituto, no Espírito Santo, a participação masculina nos afazeres, em relação ao total de pessoas que realizam as tarefas do lar, passou de 41,35% da população, em 2016, para 43,45%, em 2017.

A analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE Alessandra Brito destaca que ainda falta muito para que a desigualdade seja superada.

“A gente viu que, com a crise e o desemprego, o rendimento das famílias reduziu de 2016 para 2017, já que 70% da renda de casa vem do trabalho. Então, essa perda de rendimento no domicílio pode explicar um pouco por que as pessoas estão fazendo mais afazeres e cuidados de pessoas e por que essa distribuição está um pouco mais igualitária entre homens e mulheres. Com rendimento menor, talvez essa família não consiga mais pagar uma diarista ou uma babá e tenha que fazer por ela mesma essas atividades em domicílio”, afirmou.

Já o economista Rudisom Rodrigues de Paula complementa que o aumento do número de homens realizando tarefas domésticas também está ocorrendo devido a uma mudança cultural. Um dos motivos é a quantidade maior de desempregados no país. “Além disso, também temos o fato de que as mulheres têm procurado cada vez mais fazer parte do mercado de trabalho”, comentou.

CUIDADO

Enquanto o número de homens que não trabalham, mas cuidam da casa, representa apenas 353 mil no Estado, o de mulheres chega a quase o dobro. A dona de casa Iara Nascimento Sena, 24 anos, faz parte do grupo das 846 mil mulheres que se dedicam exclusivamente aos cuidados do lar.

“Há pouco mais de três anos, antes de engravidar, parei de trabalhar fora. Meu filho nasceu e, desde então, eu e meu marido optamos para que eu cuidasse do bebê, já que sairia mais barato do que pagar uma creche em tempo integral”, contou.

Outro caso é o da auxiliar de confeitaria Deusimar Nascimento, 37 anos. “Trabalhava com carteira assinada, mas há quase dois anos desenvolvi um problema renal crônico e, por causa dele, não pude mais trabalhar, e estou me dedicando exclusivamente à casa”, comentou.

As mulheres são maioria em quase todas as tarefas relacionadas ao lar. Porém, no grupo de pessoas que trabalham fora e, ainda por cima, cuidam da casa, os homens são maioria. Em 2017, elas eram mais de 735 mil no Estado, enquanto os homens eram 832 mil. (Com informações de O Globo)

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