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Trabalhadores da construção civil prometem greve no ES

Trabalhadores da construção civil prometem greve no ES

Construtoras usam nova lei para propor simplificação da convenção coletiva

Publicado em 9 de abril de 2018 às 11:48

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Trabalhadores da construção civil consideram que nova lei reduz direitos da categoria . (Divulgação)

Em período de elaboração de convenção coletiva, a nova reforma trabalhista tem acirrado os conflitos entre trabalhadores e patrões da construção civil.

Para os empregados do setor, a intenção das empresas é usar a nova lei para reduzir direitos. A categoria planeja entrar em greve a partir do dia 23 deste mês, mesmo antes das negociações salariais chegarem ao fim. A intenção é protestar contra várias mudanças apresentadas pelos patrões nos benefícios oferecidos aos funcionários.

“Fizemos uma proposta de reajuste de 5% no salário e a manutenção das garantias previstas na convenção anterior. Porém, as empresas dizem que querem modernizar a convenção. Ao nosso ver, querem tirar nossos benefícios”, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintraconst), Paulo César Borba Peres.

O dirigente sindical diz que uma das mudanças propostas pelos empregadores é a adoção de apenas dois pisos salariais, um para o trabalhador qualificado e outro para o funcionário sem especialidade.

“Querem acabar com o café da manhã, com o plano de saúde e querem, por exemplo, que a cesta básica seja por peso não por item”, acrescenta Peres.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES), Paulo Baraona, desmente a versão do Sintraconst. “Nossa proposta não retira benefícios. Só tenta deixar a convenção coletiva mais enxuta, mais simplificada.”

Quanto à adoção de somente dois pisos salariais, Barona explica que o objetivo é permitir que o trabalhador negocie salários com os patrões. “Hoje a convenção coletiva traz uma lista de funções. Não tem por que colocar todas as remunerações. Hoje, a maioria dos trabalhadores recebe mais do que está na convenção. Em relação ao plano de saúde, a ideia é apenas mudar as regras do plano”, acrescenta.

Segundo Baraona, as negociações entre o Sinduscon e o Sintrancost têm até o dia 30 de abril para serem finalizadas. “Acho uma atitude precipitada a convocação de uma greve antes das conversas serem finalizadas. Uma paralisação no momento que estamos agora, de recuperação econômica, não ajuda ninguém, nem os trabalhadores nem as empresas”, finaliza Baraona.

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Nesta semana, representantes das construtoras devem se reunir para construir uma contraproposta que será apresentada aos trabalhadores.

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