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Cade investiga federação do ES por apoio à greve de caminhoneiros

Cade investiga federação do ES por apoio à greve de caminhoneiros

Na mira do Cade, está a prática de locaute, caracterizada quando empresários de um setor contribuem, incentivam ou orientam a paralisação de seus empregados, considerada crime

Publicado em 28 de maio de 2018 às 11:45

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu investigação contra entidades representantes de transportadores de carga e caminhoneiros para apurar infrações à ordem econômica decorrente da greve de caminhoneiros. Entre as entidades, está a Federação dos Transportadores Autônomos de Carga do Espírito Santo (Fetac-ES).

Caminhoneiros ganham apoio de pedestres, ciclistas e motociclistas neste domingo em Viana. (Vitor Jubini)

Na mira do Cade, está a prática de locaute, caracterizada quando empresários de um setor contribuem, incentivam ou orientam a paralisação de seus empregados, considerada crime. A conduta concertada e recusa na venda de bens ou prestação de serviços são outras infrações investigadas.

A reportagem tentou contato, na tarde e na noite deste domingo, com a Fetac-ES, mas ninguém atendeu as ligações. Nesta segunda-feira, o presidente da federação, Edicarlos Giraldi, falou por telefone com a TV Gazeta Sul, e afirmou que a paralisação é da categoria e do transportador autônomo, “que as entidades não estão tendo controle”. Segundo o presidente, o jurídico já foi acionado e uma representação foi feita. “Isso é uma investigação do Cade, então vários setores serão investigados, não só a gente”, completou.

O processo foi aberto por iniciativa da Superintendência Geral do Cade contra entidades que têm tido forte protagonismo durante a greve dos caminhoneiros. Entre elas, está a Associação Nacional dos Transportadores de Cargas (ANTC), a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Distrito Federal (Sindicam-DF) e outros.

Outro aspecto que o Cade está monitorando é se há indícios de cartel no aumento de preço dos combustíveis, que ocorreu logo depois do início da greve dos caminhoneiros.

FEDERAL

A Polícia Federal também está investigando a prática de locaute. O ministro da Segurança, Raul Jungmann, afirmou no sábado que a PF abriu 37 inquéritos para apurar a prática em 25 Estados, mas não deu detalhes. O governo diz ter indícios de que parcela significativa da paralisação se deva não à mobilização grevista dos motoristas, mas a pressões das empresas transportadoras e distribuidoras.

“O Brasil não será refém desse egoísmo. Essa paralisação foi feita em parte com o apoio criminoso de patrões, transportadoras e distribuidoras que irão pagar por isso”, afirmou o ministro.

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O ministro ainda pontuou que há empresários que dão apoio para os caminhoneiros permanecerem parados. “Identificamos com a maior clareza movimento criminoso de parte dos senhores proprietários donos de grandes empresas, que não permitem, não engajam, não liberam os caminhoneiros. Pelo contrário, lhes dão apoio para permanecer paralisados”, ressaltou. (Com informações da Agência Estado)

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