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Combustível e energia mais caros exigem adaptações

Combustível e energia mais caros exigem adaptações

Reajustes de tarifas têm levado consumidores a buscar alternativas para reduzir despesas

Publicado em 19 de maio de 2018 às 22:01

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Thiago Pereira deixa o carro em casa e vai para o trabalho de bicicleta ou a pé. (Bernardo Coutinho )

No último ano, não foi só o gás que pesou mais no bolso do consumidor. Itens que fazem parte do dia a dia, como a gasolina e a energia elétrica, também subiram no Espírito Santo, o que está exigindo novos hábitos das famílias.

Com a gasolina quase R$ 0,60 mais cara em comparação com maio do ano passado, o carro do servidor público Thiago Pereira Rodrigues, 34 anos, agora só é utilizado em caso de extrema necessidade. Ele faz tudo a pé ou de bicicleta e, além da economia, ainda ganha tempo e saúde.

“Eu faço tudo de bicicleta ou caminhando, o que prefiro ainda mais. Para o trabalho, gasto uns 30 minutos andando, se for de bike dá cerca de 15. O carro, além de sair mais caro, dá quase o mesmo tempo, então só pego mesmo quando está chovendo ou acordo atrasado”, comenta.

O casal Nilton Carlos e Maria da Penha trocou o ar-condicionado pelo ventilador. (Bernardo Coutinho )

Outra tática de economia é adotada pelo corretor de seguros Nilton Carlos, 54 anos. Na casa dele e da esposa Maria da Penha, em Jardim Camburi, até tem um aparelho de ar-condicionado, mas ligar o equipamento é raridade.

Por lá, o casal adota um rígido controle sobre quando ligar o aparelho. Exceto em casos extremos, é o ventilador que reina, sobretudo fora do verão. Tudo para economizar na conta de energia, que no ano passado ficou mais cara. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou reajuste de 8,53% aprovado pela para os clientes da EDP e de 17,07% para os consumidor da Empresa Luz e Força Santa Maria (ELFSM), que atende o Noroeste do Estado.

“A gente só usa quando está muito calor. Sempre tivemos esse controle porque se não no fim do mês haja conta de luz. Ligar o ar só em caso de necessidade mesmo. No dia a dia é ventilador”, conta Nilton ao comparar os valores das faturas de energia. “Minha conta gira em torno de R$ 80, se ligar o ar um pouquinho com esse controle, já chega a R$ 120. Sem essa prudência seria em torno de R$ 300”.

No caso da energia, o alerta precisa ficar ligado sempre, uma vez que as bandeiras tarifárias, implementadas em 2015, são revisadas constantemente e podem representar um acréscimo considerável na cobrança. Neste mês, por exemplo, está em vigência a bandeira amarela, em que a tarifa sobe de R$ 0,01 por quilowatt-hora consumido.

Já a gasolina, que acumula alta com a nova política de reajuste de preços da Petrobras, a dica dos especialistas é pesquisar, uma vez que trocar o combustível pelo etanol só vale a pena se o preço do álcool for menor que o da gasolina multiplicado por 0,7. “Antes da crise não se viam essas preocupações. O consumidor está mais criterioso e deve continuar até haver um cenário efetivo de recuperação”, avalia o economista Eduardo Araújo.

PESQUISA E PLANEJAMENTO SÃO FUNDAMENTAIS 

Trocar o carro pela bicicleta, o ar-condicionado pelo ventilador, e até o fogão a gás por a lenha, são estratégias muito importantes para reduzir as despesas no fim do mês. Mas só isso não basta, segundo economistas.

Em primeiro lugar, é preciso haver um planejamento doméstico. “Deve-se criar o hábito de se fazer um orçamento familiar, reunindo todo mundo da casa, e listando as despesas mensais, e estipular metas para que elas fiquem dentro do planejado. Não é fácil, mas se for feito a vida financeira fica bem mais tranquila”, afirma o economista Mário Vasconcelos.

Outro ponto fundamental, segundo Vasconcelos, é ficar de olho em promoções, pesquisar preços, e evitar os chamados gastos imperceptíveis. “No supermercado é prudente fazer uma lista, evitar ir várias vezes no mês, aproveitar as promoções, e claro, pesquisar antes. Ao longo do mês, tem que controlar as pequenas despesas, como lanches e gorjetas, que no final do mês acabam fazendo falta.”

Para o economista Eduardo Araújo, antes de qualquer ação, o consumidor precisa identificar o que faz mais diferença no seu orçamento para adotar medidas de economia. “A partir do momento em que essa pessoa sabe o que pesa mais, ela pode tomar alguma ação. Se for alimentos, dá para pesquisar. Se for a habitação, com o aluguel, pode buscar uma renegociação de contrato, para tentar um desconto”, ressalta.

ECONOMIZE 

GÁS DE COZINHA

Trocar o botijão pela lenha ou carvão não é para todos, mas existem técnicas para economizar, como fazer intervalos no cozimento com panela de pressão.

COMBUSTÍVEL

Trocar gasolina por etanol só vale a pena se o preço do álcool for menor que o valor da gasolina multiplicado por 0,7. Se não for o caso, é possível pesquisar pelo site da ANP os postos que praticam os menores preços.

ENERGIA

Estabelecer um limite mensal para a conta e maneirar no ar condicionado, por exemplo, são meios para fugir da alta 8,53% do ano passado, além das bandeiras.

SUPERMERCADO

Olhar as promoções e pesquisar os preços é fundamental, já que só neste ano a cesta básica do capixaba subiu 8,32%.

ORÇAMENTO DOMÉSTICO

Colocar no papel os ganhos e despesas da família e escolher prioridades deve ser uma rotina mensal.

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