Com a paralisação dos caminhoneiros e a situação de desabastecimento se agravando em todo o país, empresários começam a contabilizar prejuízos já que insumos não chegam às indústrias, produtores rurais não conseguem escoar sua produção e o comércio já registra forte queda na movimentação.
No Espírito Santo, a retração no volume de vendas do comércio já chega a mais de 60%, segundo o presidente da Federação do Comércio do Estado, José Lino Sepulcri. As vendas caíram mais de 60% na última semana. Isso repercute para o empresário, para o empregado que vive de comissões e para o governo que deixa de arrecadar. É uma situação caótica, mas não podemos culpar os caminhoneiros. É uma situação irresponsável do governo federal, diz.
Como o comércio não vende, a indústria também já sente os reflexos da paralisação. Mais de 2/3 das indústrias do Espírito Santo estão totalmente ou majoritariamente paralisadas em sua linha de produção. Isso já passa de R$ 300 milhões de prejuízo. Não chega a matéria-prima, e as indústrias não conseguem escoar a produção, afirma o presidente da Federação das Indústrias (Findes), Léo de Castro.
Já o setor agropecuário tem registrado enorme prejuízo. A ração não tem chegado para galinhas e suínos, e a situação de fome dos animais já é dramática nas propriedades rurais. Já o leite, as folhosas, legumes, frutas e ovos começam a estragar, diz o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha. Está tendo sacrifício grande de animais e muito prejuízo no leite. Essa semana já devem faltar nos supermercados alguns produtos, afirma.
No setor do transporte de cargas, a estimativa é de mais de R$ 500 milhões de prejuízo, diz o presidente do Sindicato do Transporte de Cargas e Logística do Espírito Santo (Transcares), Liemar Pretti. Estamos há uma semana sem faturamento e não temos segurança de botar carro na rua. Tem caminhão sendo apedrejado. Já não estamos mais a favor do movimento.
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