Sem previsão de término, empresas de abate e beneficiamento de carnes do Sul do Espírito Santo continuam com problemas. Uma semana sem distribuir o que produz, um frigorífico com sede em Atílio Vivácqua já dispensou funcionários, fechou uma unidade em Cachoeiro e prevê parar até sexta-feira (1°).
Os caminhões d o frigorífico estão carregados, mas continuam parados no estacionamento desde a última terça-feira (22) por causa da greve dos caminhoneiros.
O gerente de Recursos Humanos da empresa, Ronalson Vargas, afirma que outros carros estão parados nas filiais da empresa. "Há caminhões cheios aqui, para poder sair, e há os caminhões que estão parados nas outras regiões, no Norte do Estado, ou em Vitória, na região Serrana, vazios aguardando para poder voltar", afirma o gerente.
O frigorífico é especializado em abate e beneficiamento de suínos. São abatidos 600 porcos por dia, mas como todos os caminhões já estão cheios, os trabalhadores estão à toa. A previsão é de que, se a greve dos caminhoneiros não acabar até esta quarta-feira (30), cerca de 600 funcionários, responsáveis pela parte de industrialização, terão folgas forçadas. E se a situação dos caminhoneiros continuar até a próxima sexta-feira (1°), mais 100 funcionários da parte de abate também terão folgas forçadas e a unidade da empresa em Atílio Vivácqua vai fechar.
Na outra unidade da empresa, em Cachoeiro, cerca de 200 funcionários já estão em folgas forçadas e a unidade está fechada.
"Persistindo essa situação, nós vamos parar o abate também, e aí são cerca de 600 suínos por dia que deixarão de ser abatidos", explica Ronalson.
Outra preocupação é com a ração para os porcos. Há cerca de 3 mil animais em duas fazendas, e o estoque de alimento deve durar apenas para mais uma semana. "Não há como pensar em essa situação persistir mais do que essa semana, é impensável", diz Ronalson.
O diretor explica, ainda, que não foi feito um balanço dos prejuízos que a greve dos caminhoneiros causou. No Estado, há o risco de 150 mil suínos morrerem por falta de ração.
CASTELO
Uma empresa de frangos em Castelo também está com dificuldades. Por dia, 90 mil frangos são abatidos, mas desde a última quinta-feira (24) nada está funcionando. 850 funcionários estão em casa e a empresa deixa de faturar R$ 1,5 milhão por dia.
O diretor do abatedouro, Claudemir Alessi, explica que a situação no início do ano deveria beneficiar o setor, mas que a greve dificultou a situação econômica da empresa.
"Um momento que nós estamos na economia com dificuldade, o frango vem passando por um momento difícil, está sinalizando uma melhora, então é mais um desafio para superar uma cadeia que vem com bastante dificuldade nesse início de ano", compara o diretor.
Com informações da TV Gazeta
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