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Transportadoras: insegurança impede retorno de caminhões às ruas no ES

Transportadoras: insegurança impede retorno de caminhões às ruas no ES

Mesmo após acordo entre caminhoneiros e governo federal, empresários avaliam que ainda há risco de os caminhões ficarem presos nos pontos de bloqueio

Publicado em 25 de maio de 2018 às 16:06

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Manifestação de caminhoneiros em Viana continua. (Caíque Verli )

Mesmo após a negociação do governo federal, que chegou a um acordo com representantes dos caminhoneiros para parar a greve por 15 dias, as transportadoras do Espírito Santo ainda não estão colocando seus caminhões, seus funcionários e a mercadoria de seus clientes nas ruas.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Espírito Santo (Transcares) avalia que não há segurança suficiente para voltar a operar normalmente, pois os veículos podem ficar presos nos pontos de bloqueio. Os empresários dizem que apoiam a greve, mas defendem a suspensão da paralisação por 15 dias, como foi acordado com o governo federal.

"Como vou colocar meu funcionário, meu patrimônio, que é o caminhão, e a mercadoria do meu cliente na rua, sujeito a ficar presa em bloqueio? Eu tenho responsabilidade com o funcionário, não posso deixar ele lá, sem comida, fora de sua casa, sem poder trabalhar. O seguro também não cobre se alguém roubar a mercadoria que está em cima do caminhão. Por isso, nós estamos aguardando uma definição para tirar nossos carros das garagens”, explicou Liemar Pretti, presidente do Transcares.

Pretti afirma que as empresas não estão participando da greve, que é composta por caminhoneiros autônomos, mas admite que alguns empresários ajudam os manifestantes nos pontos de bloqueio, contribuindo para a alimentação dos motoristas.

"É uma questão humanitária. Tem empresários contribuindo de alguma forma, sim, não vou ser hipócrita. Vi caminhoneiros com uma tupperware na mão na rodovia pedindo dinheiro para comida. Agora, nós (empresas) não podemos parar, somos proibidos por lei. Os caminhoneiros estão lá defendendo o direito de todos, por conta da alta dos combustíveis. O Transcares defende que se volte agora, aguarde esses 15 dias, avaliem as medidas do governo e, caso não sejam satisfatórias, que os caminhoneiros voltem com a greve, se assim desejarem. Nós não estamos reivindicando nada", afirmou Pretti.

PEDIDO

Em nota divulgada à imprensa, o Transcares destacou que desde o último domingo (20) vem pedindo que caminhões com cargas vivas, medicamentos, alimentos perecíveis e frigoríficos possam passar pelos bloqueios.

"Inclusive, através de nossa federação, em conjunto com o FEF - Fórum Estadual de Entidades e Federações, ajuizamos ontem (quinta) ação coletiva na Justiça Federal pedindo a liberação de bloqueios nas rodovias federais que cortam nosso Estado, justamente por firmemente entendermos que o direito de livre locomoção é inegociável", diz o manifesto.

LOCAUTE

O governo federal decidiu investigar se houve prática de locaute, quando empresas impedem funcionários de trabalhar por interesse próprio e não por reivindicações dos próprios trabalhadores. O Ministério da Segurança Pública acredita que há indícios de uma "aliança" entre caminhoneiros autônomos e empresas de transporte para forçar o governo a reduzir o preço do diesel.

Questionado sobre o assunto, Pretti diz que conversou com empresários para evitar que essa irregularidade pudesse ser cometida no Estado.

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"Nós transmitimos essa preocupação desde o início. Não tem nenhum empresário fazendo o que é proibido, nem fazendo acordo com autônomos como foi divulgado. É claro que temos interesse na redução dos combustíveis, como todo mundo tem. Só nós sabemos os custos que temos que arcar para manter o transporte do que é produzido. Não podemos ser tratados como vilões", desabafou.

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