> >
Aeroporto de Vitória: concessão pode ser dificultada; entenda

Aeroporto de Vitória: concessão pode ser dificultada; entenda

Plano de Exploração Aeroportuária estabelece que o consórcio terá que fazer boa parte dos investimentos em Vitória em tempo mais curto que os das demais concessões pelo país

Publicado em 9 de junho de 2018 às 00:14

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Aeroporto de Vitória está sem combustível. ( Vitor Jubini )

Prevista para ser realizada até o final do ano, a concessão do Aeroporto de Vitória à iniciativa privada pode ser dificultada em razão do modelo e do plano de exploração definido pelo Ministério dos Transportes e Aviação Civil. Para o governo do Estado e especialistas, o curto prazo para se realizarem os primeiros investimentos e o leilão em bloco com o Aeroporto de Macaé (RJ) podem reduzir a atratividade do projeto e prejudicar o Estado.

Elaborado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Plano de Exploração Aeroportuária (PEA) estabelece que o consórcio que arrematar o bloco terá que fazer boa parte dos investimentos em Vitória em tempo mais curto que os das demais concessões pelo país.

Enquanto a primeira fase de melhorias em outros aeroportos terá prazo de 36 a 60 meses, em Vitória, a partir da validade do contrato, a concessionária deverá realizar em até 18 meses as adequações da infraestrutura. Com isso, será preciso em um ano e meio ampliar a capacidade de processamento de passageiros e bagagens, aumentando a área de movimento de aeronaves, o terminal de passageiros e estacionamento de veículos, segundo o documento.

“Com isso, existe uma boa chance de algumas empresas deixarem de se interessar pelo bloco. O investimento em tão curto tempo tem que entrar na conta do capital do investidor e do retorno. Essa contrapartida antecipada acaba por fazer o bloco se tornar menos atrativo”, avalia o economista e sócio da Alphamar Investimentos, Renan Lima.

Também em curto prazo, a concessionária deverá prover em três anos o sistema visual de rampa de aproximação nas cabeceiras das pistas, permitindo as operações das aeronaves a jato.

BLOCO

Outro entrave é a concessão do terminal de Vitória de forma conjunta com o de Macaé. Enquanto o aeroporto capixaba é superavitário, foi recém-inaugurado e possui vários voos de cargas e passageiros, o fluminense tem estrutura mais precária, não possui voos regulares e é deficitário.

Para Lima, o combo de investimentos rápidos e do bloco ruim devem ser um peso. “É vender o filé mignon com a carne dura, diminuindo a atratividade do projeto, ainda mais se tratando de um aeroporto como Vitória, que não é um hub e é mais regional”, ressalta.

O governador Paulo Hartung também se posicionou contrário ao modelo e enviou ofício ao Ministério dos Transportes pedindo reavaliação. “Vai tirar dinheiro de Vitória para suportar o desenvolvimento do Aeroporto de Macaé, algo injusto com o nosso Estado. Já perdemos muito tempo, não faz sentido na hora que estamos decolando amarrarem uma pedra no nosso pé”, disse.

Este vídeo pode te interessar

A outorga mínima pelo bloco é de R$ 622 milhões, sendo que a concessionária deverá investir nos dois aeroportos R$ 644 milhões em 30 anos.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais