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Após demissão de Pedro Parente, ações da Petrobras caem

Após demissão de Pedro Parente, ações da Petrobras caem

Papel da estatal no exterior (ADR) chegou a cair 15%; ações preferenciais da estatal recuavam 14,17% e as ordinárias caíam 13,65%

Publicado em 1 de junho de 2018 às 15:46

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Pedro Parente recebe o governador para discutir os planos da Petrobras para o ES. (Divulgação)

A renúncia do presidente da Petrobras, Pedro Parente, provocou uma onda de vendas das ações da estatal e levou a B3 a suspender os negócios com os papéis. Na retomada da negociação, a queda está em torno de 20%, comportamento similar ao registrado em Nova York. A pressão sobre os papéis da petroleira também afetou o Ibovespa, principal índice local. Após subir mais de 1,5% na abertura dos negócios, o indicador recua 1,19%, aos 75.837 pontos. Já o dólar comercial passou a ganhar força e agora sobe 0,69% ante o real, cotado a R$ 3,763.

Às 11h20, a Petrobras comunicou à decisão à Comissão de Valores Mobiliário (CVM), o que fez as ações caírem imediatamente. “A Petrobras informa que o senhor Pedro Parente pediu demissão do cargo de presidente da empresa na manhã de hoje. A nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje.”

Quando algum acontecimento gera um forte movimento sobre um determinado papel, a B3 estabelece um período de suspensão das negociações para que a volatilidade se reduza e os papéis voltem à negociação normal. A paralisação durou cerca de 1 hora. Na volta desse leilão, os papéis despencaram.

As preferenciais (PNs, sem direito a voto) recuam 19,70%, cotadas a R$ 15,24. Antes do anúncio, subiam mais de 3%. Já no caso das ordinárias (ONs, com direito a voto), a desavalorização é de 20,77%, a R$ 17,58, sendo que antes subiam quase 3%. Não tem circuit braker (paralisação) quando há uma queda forte em um determinado papel.

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Os recibos de ações negociados na Bolsa americana (ADRs, na sigla em inglês) também caem forte. O tombo é de 21,33%, para US$ 9,33.

Fabio Macedo, gerente comercial da Easynvest, explica que essa forte queda reflete a incerteza em relação á administração da estatal.

"A queda é decorrente dessa incerteza porque não se sabe qual gestão será adotada daqui para frente. O Parente tinha uma postura que agradava aos agentes do mercado financeiro devido à política de preços. Agora não se sabe o que vai acontecer e, com o temor de maior intervenção do governo, os papeis  acabam derretendo", explicou.

Os papéis da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, também entraram em leilão e agora sobem 8,45%. O agora ex-presidente da Petrobras é presidente do Conselho de Administração da BRF. O cargo de diretor-presidente da BRF está sendo ocupado de forma interina pelo diretor financeiro, Lorival Nogueira Luz.

A aversão ao risco com a saída de Parente foi geral. O risco país do Brasil, medido pelos CDSs (credit default swaps, que funcionam como uma espécie de seguro para o investidor que compra papeís do país) sobe mais de 4,5%, para 236 pontos.

O pregão era de recuperação na Bolsa brasileira, que seguia o comportamento dos principais indicadores no exterior. Entre as mais negociadas, as da Vale sobem 1,14%. Os bancos, de maior peso na composição do índice, operam em alta. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco sobem, respectivamente, 1,14% e 1,21%. A exceção é o Banco do Brasil, que cai 2,76%.

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No exterior, o “dollar index”, que mede o comportamento da divisa americana frente a uma cesta de dez moedas, opera em alta de 0,19%.

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