Operando com 100% de sua capacidade desde 2014, a ArcelorMittal Tubarão planeja novos investimentos para os próximos cinco anos a fim de modernizar sua planta no Estado. Entre os projetos mais próximos de acontecer estão a construção de uma nova coqueria - um local para beneficiar o carvão utilizado na indústria - e da reforma de um dos fornos da siderúrgica. Ao todo, serão R$ 774 milhões em investimentos.
Em palestra proferida no lançamento da 11ª feira de metalmecânica MEC Show, o presidente da ArcelorMittal Tubarão, Benjamin Baptista, também anunciou a implementação de novas tecnologias para reduzir a emissão de poluentes pela empresa nos próximos cinco anos, como havia sido adiantado pelo colunista Leonel Ximenes. Para esses projetos, serão R$ 574 milhões.
É um projeto que veio das conversas com o governo do Estado e com o Ministério Público Estadual (MPES) para melhorar o meio ambiente. Passamos anos pensando no que fazer para melhorar nossa atual coqueria, que já tem 30 anos, e vimos que o melhor seria construir uma nova, mais moderna. A proposta já foi aprovada. Vamos construir uma nova e, assim que estiver pronta, vamos desmanchar a antiga, disse o presidente.
Além da nova coqueria, o projeto prevê uma reforma no pátio de beneficiamento de coprodutos e um novo filtro de mangas. O projeto de redução de poluentes é decorrente das recomendações de um recente estudo da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) para reduzir a poluição da siderúrgica. O processo de licitação do investimento já está em andamento.
REFORMA IRÁ PARAR UM DOS ALTOS FORNOS POR SEIS MESES
Benjamin também apontou para a reforma de um alto-forno e de uma máquina de lingotamento contínuo, onde é formada as placas de aço. A reforma terá um custo de R$ 200 milhões - valor dentro do R$ 774 milhões previstos - e devem ser iniciados já em meados do ano que vem. A obra é considerada de grande proporção e deve obrigar a suspensão das atividades nestes equipamentos por seis meses.
SIDERÚRGICA QUER PRODUZIR CHAPAS DE AÇO PARA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
No longo prazo, Benjamin contou que a ArcelorMittal Tubarão também busca beneficiar o aço produzido no Estado. Atualmente, a siderúrgica produz bobinas de aço a quente, um material mais bruto, que é levado para a ArcelorMittal Vega, em Santa Catarina, onde a bobina é desenrolada e transformada em chapas de aço mais finas, usadas na fabricação de eletrodomésticos e automóveis.
Estamos nos preparando para até 2030 construir este segundo laminador de tiras a quente (LTQ) e uma linha de laminados de tiras a frio, produzindo uma chapa de aço mais fina, que poderá atrair a indústria automobilística e criar um verdadeiro polo industrial de veículos no Estado. Para avalizar este projeto, no entanto, dependemos do comportamento da economia brasileira e se vamos eleger pessoas do bem, disse.
Segundo analistas de mercado, a previsão pode ser encurtada para menos de dez anos, caso a economia volte a crescer. A operação reduziria os custos de transporte até Santa Catarina, onde o produto é beneficiado atualmente. Além disso, a empresa já está de olho em fábricas de veículos que estão se instalando no Norte do Estado, como a Agrale e a Volare.
A ArcelorMittal foi procurada após a palestra para detalhar os investimentos, mas disse que os novos projetos da companhia serão explicados em uma coletiva de imprensa, a ser marcada em breve.
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