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Fiscalização reforçada no Espírito Santo contra Febre do Nilo

Fiscalização reforçada no Espírito Santo contra Febre do Nilo

Após primeiro caso ser confirmado em São Mateus, órgãos estão em busca de respostas

Publicado em 17 de junho de 2018 às 23:48

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Doença pode afetar sistema neurológico de cavalos. (Divulgação)

Após a confirmação do primeiro caso de Febre do Nilo Ocidental (FNO) em cavalo, em São Mateus, Norte do Espírito Santo, a fiscalização foi redobrada na região. Cerca de 20 profissionais supervisionam propriedades que têm animais com suspeita da doença.

Segundo o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), nos meses de abril e maio deste ano, foram recebidas 12 notificações de mortalidade de equídeos por síndromes neurológicas nos municípios de Baixo Guandu, Nova Venécia, Boa Esperança e São Mateus. Porém, para somente um desses animais o resultado foi positivo para o vírus da FNO. Em 2017, foram 25 notificações, mas todas deram negativo para o vírus.

De acordo com o órgão, uma equipe composta por médicos-veterinários e técnicos do instituto, além de profissionais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), estão envolvidos no monitoramento de eventuais notificações de mortalidade ou sinais de doenças neurológicas em equinos.

“O diagnóstico inicial é muito parecido com o da raiva, devido ao desenvolvimento de problemas neurológicos, já que o vírus ataca diretamente o cérebro dos equídeos. Descartada essa hipótese, apuramos se é a FNO. Demoramos, em média, um mês para receber o diagnóstico do vírus”, comentou o gerente de Defesa Sanitária Animal do Idaf, Fabiano Fiuza Rangel.

A Febre do Nilo é uma doença viral e transmitida única e exclusivamente por meio da picada de mosquitos, principalmente o Culex, popularmente conhecido como pernilongo.

“Esses insetos se infectam pelas aves e podem picar tanto cavalos ou humanos e, com isso, transmitir o vírus. Mas, em geral, humanos não apresentam sinais da infecção viral”, explicou o diretor do departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura (Mapa), Guilherme Henrique Figueiredo Marques.

De acordo com Marques, as aves silvestres são as hospedeiras do FNO, já as domésticas ou criadas em cativeiro não têm risco de contaminação. “Muitas dessas doenças vêm de aves que são migratórias de outros países. Nesse processo, podem ter trazido para o Brasil um vírus que ainda não havia sido detectado nacionalmente. Essa é uma das hipóteses de como o vírus chegou ao Estado”, disse.

Circulação

No Espírito Santo, cerca de 12,1 mil produtores criam aproximadamente 70 mil equídeos. Segundo o diretor de Saúde Animal do Mapa, esses animais são os hospedeiros finais do vírus, assim como os humanos.

“Como o vírus que contaminou o cavalo não fica na corrente sanguínea do animal, se um parasita picá-lo, não vai se contaminar. Por isso, não há nenhum tipo de restrição comercial, tanto nacional como internacional, de trânsito ou sacrifício do animal”, explicou Marques.

TIRA-DÚVIDAS SOBRE A DOENÇA

Febre do Nilo

O que é a Febre do Nilo?

É uma doença viral, transmitida por mosquitos.

Quais são os sintomas?

Nos equídeos, febre, falta de coordenação motora, andar cambaleante, cegueira, cabeça baixa, orelhas caídas e apatia.

Como é transmitida?

Exclusivamente por meio da picada de mosquito, principalmente o Culex, popularmente conhecido como pernilongo, contaminado com o vírus.

Onde o vírus se hospeda?

Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus e como fonte de infecção para os mosquitos.

Quem pode desenvolver?

Até hoje as únicas espécies que se tem registro da presença do vírus foram aves e equídeos. Mas humanos também podem ser contaminados desde que picado pelo mosquito portador da doença.

Tem tratamento?

Ainda não há vacina ou tratamento para o vírus. Mas é possível reduzir a febre e outros sintomas.

Como se proteger?

A recomendação é usar repelente, até mesmo nos animais, e tela antimosquito.

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Fontes: Idaf e pesquisa A GAZETA.

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