> >
Imposto de Renda: confira o que fazer com o dinheiro da restituição

Imposto de Renda: confira o que fazer com o dinheiro da restituição

Primeiro passo é quitar dívidas: especialistas alertam para volatilidade

Publicado em 11 de junho de 2018 às 10:28

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Dinheiro na mão. Aplicação depende do montante a ser recebido. Se for menos de R$ 3 mil, poupança pode ser viável. (1)

A partir da próxima sexta-feira, dia 15, a Receita Federal começa a pagar os lotes de restituição referentes ao Imposto de Renda (IR) ano-base 2017. E, com a recente turbulência nos mercados, quando se viu o dólar encostar em R$ 4, os especialistas ressaltam que, mais do que nunca, é preciso planejar cuidadosamente o que fazer com o dinheiro da restituição.

Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em gestão financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), lembra que a primeira medida após o recebimento dos recursos é quitar as dívidas, principalmente aquelas que têm juros elevados:

— A prioridade deve ser pagar as dívidas mais caras, como cartão de crédito e cheque especial, buscando seguir uma ordem decrescente dos valores em aberto. O que não vale a pena é pegar esse dinheiro e não resolver problemas financeiros.

Antes de saldar as dívidas, deve-se negociar o valor a ser pago junto à instituição financeira.

— No caso de uma dívida parcelada, normalmente os juros já estão embutidos nas parcelas. Com isso, vale a pena ir ao banco, por exemplo, e tentar uma negociação com o gerente. Com o dinheiro em mãos, é mais fácil conseguir um bom acordo — diz Annalisa Dal Zotto, planejadora financeira e sócia da consultoria Par Mais.

Depois de saldar as dívidas, ou para quem não as tem, uma opção, segundo Teixeira, é comprar algo que, ao longo do ano, seja imprescindível.

— Se a pessoa sabe que precisa comprar algo de extrema necessidade durante o ano, é aconselhável pegar o dinheiro da restituição e tentar negociar algum desconto para pagamento à vista.

ATENÇÃO PARA PRAZO E TAXA DE ADMINISTRAÇÃO

E, antes de pensar em rentabilidade, dizem os especialistas, é preciso criar um fundo de emergência para gastos inesperados que possam surgir ao longo do ano, como necessidades médicas. Planejadores financeiros apontam que, para formar essa poupança, é preciso guardar o valor correspondente a três meses de despesas mensais.

— Se a pessoa ainda não tem uma reserva de emergência, é aconselhável que ela guarde, no mínimo, o valor equivalente a três meses das despesas. Essa quantia precisa ficar em uma aplicação que tenha alta liquidez, ou seja, da qual seja possível sacar com facilidade — explica Annalisa. — Com a reserva feita, a pessoa pode começar a colocar o dinheiro para “trabalhar a seu favor”, ou seja, render.

Com a recente turbulência no mercado financeiro, provocada pela incerteza eleitoral e o impacto da greve dos caminhoneiros na economia, os especialistas advertem que quem tem como foco a rentabilidade deve ficar atento ao prazo de resgate das aplicações.

— No atual cenário de volatilidade, tanto no que diz respeito a câmbio como a renda variável, caso a pessoa esteja focada em rentabilidade, deve pensar em aplicações de médio a longo prazo — explica Alfredo Meneghetti, professor de pós-graduação em Finanças da PUC-RS. — A volatilidade é uma sinalização de que é o momento de pensar em aplicações com resgate acima de dois anos. Durante esse período, normalmente o investidor consegue ultrapassar a fase de turbulências e manter a rentabilidade.

Outro aspecto a ser levado em conta antes de investir é quanto se tem disponível. Para quem vai receber menos de R$ 3 mil, explica Annalisa, é preciso atentar para um item que pode corroer os rendimentos: a taxa de administração dos fundos de renda fixa. Segundo a planejadora financeira, no caso de valores baixos, a cobrança de taxa de administração igual ou superior a 1% ao ano acaba sendo prejudicial.

— Nesse caso, e como a pessoa tem pouco a investir, a caderneta de poupança pode ser uma alternativa viável — indica Annalisa.

Já para quem vai receber acima de R$ 3 mil, não tem dívidas para quitar e já dispõe de um fundo de emergência, uma possibilidade é investir em títulos públicos prefixados, como o Tesouro IPCA, recomenda Annalisa. Ela acrescenta, porém, que essa modalidade é apenas para aqueles que têm as finanças estáveis e planos para quando resgatar o dinheiro:

— Se a pessoa não é familiarizada com aplicações, fundos multimercados e ações não são investimentos aconselhados neste momento, já que estão muito voláteis. Para tentar uma rentabilidade maior, aplicar no Tesouro IPCA é uma boa alternativa para quem já tem um plano em mente e pode aguardar até o vencimento do título. Já quem está em dia com as contas, mas ainda não sabe como gastar o dinheiro, é melhor deixá-lo no Tesouro Selic, por causa da liquidez diária.

Este vídeo pode te interessar

Com relação às suspensões ocorridas na semana passada nas operações do Tesouro Direto, lembre-se de que o objetivo da medida é exatamente proteger o investidor da volatilidade extrema. Não há perdas.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais