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Mais de 100 imóveis a partir de R$ 40 mil vão a leilão no ES

Mais de 100 imóveis a partir de R$ 40 mil vão a leilão no ES

Bens tomados por bancos são vendidos com descontos de até 30% sobre o valor de mercado

Publicado em 21 de junho de 2018 às 19:32

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(Pixabay)

A crise econômica pôs um duro fim ao sonho da casa própria a milhares de consumidores. Até 2014, com a economia aquecida, vários brasileiros adquiram imóveis através de financiamentos bancários e se endividaram. No entanto, pela falta de pagamento por causa da recessão e do desemprego em alta nos anos seguintes, esses bens foram tomados pelos bancos e agora vão a leilão.

No Espírito Santo, 115 imóveis entre casas, apartamentos, salas comerciais e terrenos urbanos e rurais serão leiloados pelas principais instituições bancárias nos próximos dias com lances mínimos a partir de R$ 40 mil. Como vantagens, algumas ofertam até 30% de desconto do valor de avaliação ou abatimentos para o pagamento à vista.

A instituição com mais propriedades para ir a leilão no Estado é o Banco do Brasil. São 45 imóveis que poderão ser arrematados no terceiro trimestre com desconto médio de 30% sobre o valor de mercado. O valor médio dos bens é de R$ 105,5 mil e os lances mínimos variam de R$ 46,3 mil a R$ 168,8 mil.

O lance mínimo mais baixo no Espírito Santo é encontrado no leilão do Banestes, que possui um imóvel no Centro de Vitória com valor a partir de R$ 40 mil. É também o banco com imóvel mais caro, com lance inicial de R$ 13,8 milhões por um terreno urbano no bairro Santa Cecília, em Cariacica.

“Esses imóveis são recebidos pelo banco em operações de crédito e são levados à venda porque as instituições financeiras não podem manter em seu patrimônio imóveis não destinados ao uso”, explica o Banestes, que fará o leilão no dia 5 de julho.

De forma diferente, a Caixa fará um leilão por atacado. Serão 6.013 imóveis em todo país à venda em dois grandes lotes, que contam com 14 propriedades no Estado. O valor mínimo aceito por um blocão (lote com vários imóveis) é de R$ 1,17 bilhão, já que o banco dará 30% de desconto do valor de avaliação.

Pelo Santander, são 12 apartamentos, salas comerciais e áreas rurais nos municípios de Vila Velha, Vitória, Serra, Cachoeiro, Itaguaçu e Linhares que já estão em leilão pela internet com 10% no pagamento à vista. Já o Bradesco colocou à venda um imóvel na Serra com valor a partir de R$ 78 mil.

CUIDADOS

O advogado especialista em direito imobiliário Valdenir Rodrigues, alerta que, apesar dos preços baixos, é preciso ter precaução ao adquirir esses imóveis, já que, em muitos casos, eles ainda estão ocupados, com dívidas ou processos judiciais.

“Se o interessado não tem experiência e não receber uma assessoria jurídica, o bom negócio pode virar dor de cabeça, principalmente porque podem haver pessoas que já moram dentro do imóvel e, com isso, não se deve fazer justiça com as próprias mãos, mas sim entrar com uma ação de reintegração de posse, o que também não é simples”, destaca.

Ele explica que os leilões são permitidos pela chamada Lei da Alienação Fiducidária, que rege os contratos de financiamento habitacional e dá garantias às instituições financeiras.

“Quando o mutuário, que é aquele que fechou o financiamento, não consegue pagar a prestação, a lei já possibilita o banco, geralmente após três meses de atrasos, fazer a retomada do imóvel sem ir precisar ir à Justiça”, completa Valdenir.

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O presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação, Vinícius Costa, também alerta para os prós e contras do leilão. “É possível em muitos casos adquirir um imóvel por valor abaixo do de mercado, porém, não saber o real estado do imóvel, principalmente se está ocupado por terceiros, acaba sendo um risco”.

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