O governo federal admitiu que falhou na comunicação com o Estado sobre o modelo de concessão do Aeroporto de Vitória. A afirmação foi feita durante audiência pública realizada na Capital nesta sexta feira (15) para debater a proposta de privatização.
"Sempre tivemos uma relação boa com o Estado. Acompanhando a entrevista do governador, levei ao secretário [de Aviação Civil] e ao ministro [dos Transportes] e nós realmente ponderamos que o governo federal falhou na comunicação com o governo do Espírito Santo. Faço esse mea culpa", afirmou o diretor de Política Regulatória da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), Ronei Glanzmann ao abrir a sessão.
O representante da União disse que o equívoco será corrigido e que uma reunião será realizada para debater o modelo e explicar as propostas. "A gente vai sentar já na próxima semana com a equipe técnica e política do Estado seja aqui ou em Brasília com a nossa equipe também para conversar sobre o modelo e corrigir esse erro a tempo", frisou.
Nos últimos dias, o governo do Estado tem se mostrado contrário à concessão em bloco com o Aeroporto de Macaé, no Rio de Janeiro (RJ), e chegou a ameaçar ir à Justiça para barrar a concessão.
Na audiência pública, o secretário estadual de Desenvolvimento José Eduardo Azevedo manifestou a contrariedade do governo com a proposta, e solicitou a suspensão da tramitação do processo até que haja esse diálogo.
"A forma de condução, sem ouvir o Estado, foi equivocada pelo não diálogo. Além disso a gente questiona outros aspectos, como o cruzamento de recursos com outro Estado e a contradição na previsão de investimentos apresentada. Por isso pedimos acesso aos estudos para análise da nossa equipe técnica e a suspensão das próximas etapas até se ter um debate mais aprofundado", disse Azevedo.
Nem o Estado propôs um outro modelo nem o governo federal apontou possíveis soluções para os questionamentos.
Participaram da sessão presencial gestores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, e da presidência da República, além de secretários estaduais, empresários, advogados e representantes de consórcios interessados no bloco.
PROTESTO
Durante a audiência pública, funcionários da Infraero protestaram com camisas e cartazes contrários à concessão. Em alguns momentos da apresentação do projeto, eles também contestaram com gritos de "é mentira" e "aeroporto novo não precisa de privatização".
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