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Parque solar em Linhares poderá distribuir energia para todo ES

Parque solar em Linhares poderá distribuir energia para todo ES

Empreendimento irá vender lotes de placas solares que vão produzir energia usada na área de abrangência da EDP no Estado. Preço será 50% menor que a conta de luz tradicional

Publicado em 25 de junho de 2018 às 20:44

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Parque ficará na estrada de acesso ao balneário de Pontal de Ipiranga e deverá começar a ser construído em julho. (Reprodução/ES Solar)

Já está em processo final de licitação um parque solar, a ser construído em Linhares, Norte do Estado, com capacidade de produzir energia para mais de 650 residências. O empreendimento vai gerar energia limpa e lançar na rede de transmissão da EDP Espírito Santo, criando créditos para o consumo de energia. Com isso, o consumidor poderá alugar placas geradoras ou comprar energia com preço até 50% mais barato.

Esses créditos poderão ser utilizados por qualquer consumidor que esteja na área de abrangência da EDP. Alguém que mora em Vitória, por exemplo, poderia produzir energia em Linhares e redirecioná-la para sua casa, na Capital.

O diretor da ES Solar, Carlos Sena, um dos desenvolvedores do projeto, afirma que o custo da energia poderá ser até 50% menor do que é pago na conta de luz convencional. O parque solar irá funcionar como um condomínio de produção de energia solar. Os “condôminos” poderão comprar cotas que correspondem a 700 quilowatts por hora (Kw/h), que podem atender de duas a três residências de uma família de quatro pessoas ou um pequeno negócio. O valor de cada cota será de R$ 35 mil.

“O dono dessas cotas poderão utilizar esse crédito de 700kw/h como bem entender, podendo usar em suas casas, desde que estejam na área de abrangência da EDP, ou vender para outras pessoas, com uma energia 50% mais barata. A partir do momento de payback do parque (quando o investimento tiver sido pago), a energia terá custo zero, com o consumidor pagando apenas pelo uso da rede de distribuição, com a taxa mínima da EDP”, explica Sena.

Outra opção é o aluguel da energia, em que a empresa oferece uma taxa de desconto de 15% no valor que é pago na conta de luz convencional deste consumidor.

“O maior benefício será para aquelas pessoas que querem gerar sua própria energia, mas, por falta de espaço ou para evitar custos com manutenção, acabam não investindo em placas solares em suas residências. Essa é a ideia de ter um parque fotovoltáico compartilhado, onde toda a manutenção será feita em escala maior, o que gera um custo bem menor”, analisa Sena.

O montante investido na construção do parque não foi informado. O empreendimento será construído em três partes, cada uma com 50 mil metros quadrados e com capacidade de produzir um megawatt de pico. O valor de mercado de cada parte será de R$ 7 milhões, podendo chegar a R$ 21 milhões quando os três módulos estiverem prontos.

O modelo de negócios para a viabilidade da construção seria com o apoio financeiro de uma empresa administradora de condomínios e uma companhia do setor elétrico, ambas capixabas. O restante do investimento seria bancada em um modelo voltado para o cooperativismo, com investidores de pequeno porte.

PARQUE ENTRARÁ EM FUNCIONAMENTO EM DEZEMBRO

O parque solar deve começar a ser construído em julho deste ano e, de acordo com a previsão da ES Solar, começará a operar com seu primeiro módulo em dezembro. O projeto depende apenas da anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para obter sua licença de instalação.

A estrutura será construída às margens da estrada que dá acesso ao balneário Pontal do Ipiranga, em Linhares. De acordo com Sena, vão ser gerados 30 postos de trabalho durante a fase de construção, com a contratação de profissionais da construção civil, da área de automação e engenheiros elétricos. A partir da operação do empreendimento, o projeto contará com 12 funcionários fixos.

ENERGIA PODERÁ VIRAR MOEDA DE TROCA NO FUTURO

Imagina negociar os créditos da energia produzida por suas placas solares com o seu vizinho ou com alguém do outro lado do mundo? E se cada produtor pudesse anunciar em um mercado livre a venda de energia? E se a energia elétrica virasse uma nova moeda?

Com a popularização da geração de energia solar para pequenos consumidores, especialistas já estão testando novas formas de comercializar a energia elétrica. O consultor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) Luiz Acácio Rolim afirma que a era digital está abrindo novas oportunidades para o comércio e consumo de energia elétrica no mundo.

Uma das tendências é um modelo de digitalização da energia, em uma plataforma em blockchain (protocolo da confiança, em inglês), a mesma utilizada por criptomoedas, como o bitcoin.

“O produtor vai jogar a energia para a rede de distribuição local e, através de um processo de compensação, isso gera um código de confiança e uma pessoa em outra rede poderá adquirir essa energia excedente por meio desse código. Essa tecnologia poderá gerar um aproveitamento melhor da energia produzida. Claro que isso tudo precisa ser regulamentado, mas este processo já está sendo testado no Estado de Nova York, nos Estados Unidos, e na Austrália”, afirma Rolim.

A outra alternativa, mais simples, é a de comercialização direta entre consumidor e produtor, por meio de contratos de fornecimento.

“Eu anuncio quanto eu tenho de demanda, enquanto um consumidor anuncia quanto irá precisar de energia, para sua casa ou para o seu carro elétrico, por exemplo. Eles fecham uma espécie de contrato, com a previsão de geração de energia e podem ter um valor mais barato e sustentável”, conta.

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