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Aeroporto de Vitória: Movimentação de passageiros e de cargas cresce

Aeroporto de Vitória: Movimentação de passageiros e de cargas cresce

Com o novo terminal, os capixabas estão voando mais. Fluxo de aeronaves teve alta

Publicado em 28 de julho de 2018 às 01:08

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Dos 71 pontos comerciais do novo terminal, 29 estão fechados e com tapumes. (Fernando Madeira)

Apesar dos problemas ainda pendentes, o novo Aeroporto de Vitória parece ter caído no gosto do capixaba, que após a inauguração, no fim de março, passou a voar mais. Dados do Sistema Hórus, da Secretaria Nacional de Aviação Civil, apontam para um considerável crescimento da movimentação de passageiros, aeronaves, cargas e malas postais na Capital.

Enquanto em fevereiro – último mês completo em que o Eurico de Aguiar Salles funcionou no antigo terminal –, foi registrada uma movimentação de 206.964 passageiros pousando ou decolando em Vitória, no mês passado foram 240.593 usuários, um crescimento de 16,2% na movimentação. Neste ano, o número de junho só é menor do que o de janeiro, quando 274.050 passageiros passaram pelo aeroporto em função das férias e alta temporada.

Se considerarmos todo o primeiro semestre de 2018 (sendo que metade dele ainda era no terminal antigo), a movimentação em Vitória ultrapassou 1,43 milhão de usuários.

Mais aeronaves também passaram a circular por Vitória. Entre operações de pousos e decolagens, seja de passageiros ou de cargas, foram 2.162 aviões em junho, um aumento de 17,3% em comparação com fevereiro.

Cargas

O número mais impressionante é o do crescimento do transporte de carga aérea, que é aquela levada nos porões dos aviões de passageiros (cargas comerciais das empresas de logística não entram nessa conta).

Em junho, foram transportadas 1,88 mil toneladas de cargas aéreas pelo terminal, a segunda maior movimentação da história do Aeroporto de Vitória (perdendo apenas para dezembro passado, quando foram 1,9 mil toneladas). O número representa um aumento 26,1% em comparação com fevereiro, quando o total foi 1,49 mil toneladas.

No primeiro semestre, a movimentação dessas cargas pelo aeroporto acumula alta de 37,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Já as malas postais, que são os volumes transportados a serviço dos Correios, tiveram crescimento na movimentação de 2.900%, com 282 toneladas transportadas em junho ante a apenas 9,4 toneladas em fevereiro.

A Infraero atribui os bons números a um “aquecimento da aviação civil no Espírito Santo, onde o Aeroporto de Vitória tem experimentado, desde fevereiro de 2017, um crescimento médio de 5% ao mês”. A estatal também aponta o início das operações da Avianca em abril como um dos fatores, além do período de férias escolares.

AINDA NÃO FOI RESOLVIDO

Liberação de pousos

A nova pista

Ainda não pode receber pousos de aeronaves a jato, como as de voos domésticos, porque o equipamento que auxilia a aproximação não foi homologado. Apenas as decolagens e os pousos de aviões pequenos estão permitidos na nova estrutura, enquanto as grandes aeronaves ainda pousam na pista antiga.

Pontos comerciais

O novo terminal

Conta com quase o triplo de pontos comerciais disponíveis no antigo, totalizando 71. No entanto, 29 estão fechados e várias áreas no saguão estão vazias. A Infraero alega que não houve interesse pelo contrato proposto pela União. Outro entrave é o processo de concessão, que limita essas negociações.

Área de apoio

Não foi finalizada

A obra da área de apoio, que fica à esquerda da entrada do terminal, e será destinada para instalação empresas de aviação, cargas e de serviços. Hoje, ela está 95% concluída.

Novos voos

Promessa e expectativa

Com o novo aeroporto, a atração de novos voos avançou pouco. De março para cá, houve apenas a entrada da Avianca, com dois voos diários para Guarulhos, e um novo voo da Azul para o Santos Dumont, no Rio. O governo do Estado chegou a firmar um convênio propondo-se a reduzir o ICMS do combustível de aviação para acelerar a abertura de rotas para Vitória, no entanto as empresas dizem que ainda não há novos voos previstos.

Internacionalização

Segue distante o sonho de voar de Vitória direto para o exterior. Apesar de agora ter estrutura para isso, é preciso o interesse das companhias. Destinos como Itália e Argentina já foram cogitados e autoridades chegaram a afirmar que as negociações aconteciam, mas até agora nada foi confirmado.

BALANÇAS DE BAGAGENS MOSTRAM PESOS DIFERENTES

Uma blitz feita no Aeroporto de Vitória na manhã de sexta-feira (27) flagrou irregularidades em pelo menos seis balanças que pesam as bagagens despachadas. Dessas, quatro foram interditadas pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Espírito Santo (Ipem) porque traziam prejuízos para o passageiro.

A fiscalização faz parte de uma ação nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de órgãos de defesa do consumidor sobre a cobrança das malas despachadas.

No teste feito com 100 kg de peso, os aparelhos mostravam 400g a mais do que a medida correta - o limite de erro permitido é de 150g. Já outros dois instrumentos estavam irregulares porque indicavam 300g a menos do que o certo. O Ipem não descarta que tenha acontecido falhas em pesagens de bagagens menores, o que influenciaria no preço pago pelo consumidor.

A Infraero, responsável pelos instrumentos, pode ser multada pelo Ipem em até R$ 1,5 milhão se não regularizar os aparelhos. Já duas companhias áreas serão notificadas pelo Procon Estadual e podem ter que desembolsar até R$ 9 milhões se o consumidor continuar sendo lesado. O nome das empresas com irregularidades ainda não foi divulgado.

O diretor-técnico do Ipem, Marcelo Ladeia, explicou que não é possível apontar quantos consumidores foram prejudicados. “Trata-se de um equipamento eletrônico e que sofre descalibração ao longo do tempo. Não é possível dizer em qual momento a balança começou a pesar de forma errada”, comentou. Embora não sejam as responsáveis pelas balanças, as companhias aéreas podem ser punidas, diz o Procon.

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(Caique Verli)

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