Apesar dos problemas ainda pendentes, o novo Aeroporto de Vitória parece ter caído no gosto do capixaba, que após a inauguração, no fim de março, passou a voar mais. Dados do Sistema Hórus, da Secretaria Nacional de Aviação Civil, apontam para um considerável crescimento da movimentação de passageiros, aeronaves, cargas e malas postais na Capital.
Enquanto em fevereiro último mês completo em que o Eurico de Aguiar Salles funcionou no antigo terminal , foi registrada uma movimentação de 206.964 passageiros pousando ou decolando em Vitória, no mês passado foram 240.593 usuários, um crescimento de 16,2% na movimentação. Neste ano, o número de junho só é menor do que o de janeiro, quando 274.050 passageiros passaram pelo aeroporto em função das férias e alta temporada.
Se considerarmos todo o primeiro semestre de 2018 (sendo que metade dele ainda era no terminal antigo), a movimentação em Vitória ultrapassou 1,43 milhão de usuários.
Mais aeronaves também passaram a circular por Vitória. Entre operações de pousos e decolagens, seja de passageiros ou de cargas, foram 2.162 aviões em junho, um aumento de 17,3% em comparação com fevereiro.
Cargas
O número mais impressionante é o do crescimento do transporte de carga aérea, que é aquela levada nos porões dos aviões de passageiros (cargas comerciais das empresas de logística não entram nessa conta).
Em junho, foram transportadas 1,88 mil toneladas de cargas aéreas pelo terminal, a segunda maior movimentação da história do Aeroporto de Vitória (perdendo apenas para dezembro passado, quando foram 1,9 mil toneladas). O número representa um aumento 26,1% em comparação com fevereiro, quando o total foi 1,49 mil toneladas.
No primeiro semestre, a movimentação dessas cargas pelo aeroporto acumula alta de 37,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Já as malas postais, que são os volumes transportados a serviço dos Correios, tiveram crescimento na movimentação de 2.900%, com 282 toneladas transportadas em junho ante a apenas 9,4 toneladas em fevereiro.
A Infraero atribui os bons números a um aquecimento da aviação civil no Espírito Santo, onde o Aeroporto de Vitória tem experimentado, desde fevereiro de 2017, um crescimento médio de 5% ao mês. A estatal também aponta o início das operações da Avianca em abril como um dos fatores, além do período de férias escolares.
AINDA NÃO FOI RESOLVIDO
Liberação de pousos
A nova pista
Ainda não pode receber pousos de aeronaves a jato, como as de voos domésticos, porque o equipamento que auxilia a aproximação não foi homologado. Apenas as decolagens e os pousos de aviões pequenos estão permitidos na nova estrutura, enquanto as grandes aeronaves ainda pousam na pista antiga.
Pontos comerciais
O novo terminal
Conta com quase o triplo de pontos comerciais disponíveis no antigo, totalizando 71. No entanto, 29 estão fechados e várias áreas no saguão estão vazias. A Infraero alega que não houve interesse pelo contrato proposto pela União. Outro entrave é o processo de concessão, que limita essas negociações.
Área de apoio
Não foi finalizada
A obra da área de apoio, que fica à esquerda da entrada do terminal, e será destinada para instalação empresas de aviação, cargas e de serviços. Hoje, ela está 95% concluída.
Novos voos
Promessa e expectativa
Com o novo aeroporto, a atração de novos voos avançou pouco. De março para cá, houve apenas a entrada da Avianca, com dois voos diários para Guarulhos, e um novo voo da Azul para o Santos Dumont, no Rio. O governo do Estado chegou a firmar um convênio propondo-se a reduzir o ICMS do combustível de aviação para acelerar a abertura de rotas para Vitória, no entanto as empresas dizem que ainda não há novos voos previstos.
Internacionalização
Segue distante o sonho de voar de Vitória direto para o exterior. Apesar de agora ter estrutura para isso, é preciso o interesse das companhias. Destinos como Itália e Argentina já foram cogitados e autoridades chegaram a afirmar que as negociações aconteciam, mas até agora nada foi confirmado.
BALANÇAS DE BAGAGENS MOSTRAM PESOS DIFERENTES
Uma blitz feita no Aeroporto de Vitória na manhã de sexta-feira (27) flagrou irregularidades em pelo menos seis balanças que pesam as bagagens despachadas. Dessas, quatro foram interditadas pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Espírito Santo (Ipem) porque traziam prejuízos para o passageiro.
A fiscalização faz parte de uma ação nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de órgãos de defesa do consumidor sobre a cobrança das malas despachadas.
No teste feito com 100 kg de peso, os aparelhos mostravam 400g a mais do que a medida correta - o limite de erro permitido é de 150g. Já outros dois instrumentos estavam irregulares porque indicavam 300g a menos do que o certo. O Ipem não descarta que tenha acontecido falhas em pesagens de bagagens menores, o que influenciaria no preço pago pelo consumidor.
A Infraero, responsável pelos instrumentos, pode ser multada pelo Ipem em até R$ 1,5 milhão se não regularizar os aparelhos. Já duas companhias áreas serão notificadas pelo Procon Estadual e podem ter que desembolsar até R$ 9 milhões se o consumidor continuar sendo lesado. O nome das empresas com irregularidades ainda não foi divulgado.
O diretor-técnico do Ipem, Marcelo Ladeia, explicou que não é possível apontar quantos consumidores foram prejudicados. Trata-se de um equipamento eletrônico e que sofre descalibração ao longo do tempo. Não é possível dizer em qual momento a balança começou a pesar de forma errada, comentou. Embora não sejam as responsáveis pelas balanças, as companhias aéreas podem ser punidas, diz o Procon.
(Caique Verli)
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta