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Análise de perícia em navio onde trabalhadores morreram sai em 30 dias

Análise de perícia em navio onde trabalhadores morreram sai em 30 dias

Polícia Civil investiga causas do acidente em que três trabalhadores morreram, em Portocel

Publicado em 27 de julho de 2018 às 01:39

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Navio Sepetiba Bay: embarcação ainda está atracada em Portocel, sem previsão de deixar o local. (Pedro Torrezin/Marine Traffic)

A Polícia Civil do Estado (PCES) terminou a perícia no interior do navio Sepetiba Bay, atracado no terminal Portocel, em Aracruz, onde três trabalhadores morreram possivelmente após inalar um gás tóxico. Agora, serão até 30 dias para que os resultados dos laudos periciais saiam, disse o chefe do Departamento de Criminalística da PCES, Tommy Favareto.

A investigação está a cargo da Delegacia de Infrações Penais e Outras (DIPO) de Aracruz. A Polícia Federal chegou a iniciar procedimentos no local, mas deixou de investigar o caso porque só é responsável por investigações de navios em alto-mar.

Auditores fiscais do trabalho também já fizeram o levantamento de informações no porão do navio, afirma o superintendente regional do Trabalho, Alcimar Candeias. A Procuradoria do Trabalho de Colatina também informou que expediu uma notificação à Portocel pedindo alguns documentos, como Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs). A empresa agora tem o prazo de 15 dias para dar o retorno.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, José Adilson Pereira, o Portocel enviou a um laboratório amostras da madeira que está no porão do navio para análise, em busca de informações que possam ajudar a esclarecer o que aconteceu no local. “As medições lá não indicaram nenhum problema de gás, mas no dia do acidente foi constatado ausência de oxigênio no local”, afirmou.

Antonio Carlos Garcia, pesquisador do Fundacentro, órgão ligado ao Ministério do Trabalho, confirmou a informação. “Tudo indica que os trabalhadores morreram por asfixia por falta de oxigênio. A atmosfera de lá era como se tivesse com menos oxigênio que no Everest. Provavelmente, ocorreu a ação de microorganismos na madeira. Esses microorganismos consomem oxigênio e produzem dióxido de carbono, que é mais pesado que o ar e pode ter ficada na base do porão do navio. As vítimas trabalham 5h20 sobre a carga e não relataram sentir cheio de nada. Mas só teremos resultados mais conclusivos na semana que vem”, ressaltou.

Segundo ele, os auditores já levantaram todos os dados e a partir de hoje se reúnem para iniciar o relatório técnico do acidente.

Sindicato e Portocel agora analisam o que fazer com a carga de dez mil toneladas que ainda está no navio – já havia sido retirado 9 mil toneladas. Não há previsão de ele sair do porto.

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O Portocel informou que também está investigando as causas do acidente com equipe própria e consultorias independentes. Já a Norsulcargo Navegação S/A, que é afretadora do navio, informou que está acompanhando as investigações.

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