O mercado de trabalho do Espírito Santo, que apontava para uma recuperação em 2018, sofreu um novo baque. Em junho, o Estado demitiu mais do que contratou, fechando 1.562 vagas de emprego com carteira assinada, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho.
As contratações totalizaram 26.603 no mês, ante a 28.165 demissões no Estado. O resultado apresenta um forte recuo em relação a maio, quando foram abertos 5.001 postos de trabalho no Espírito Santo, quase 15% de todas as vagas criadas no país naquele mês.
O saldo negativo de empregos foi puxado principalmente pelas indústrias de transformação, que fecharam 857 empregos formais. O segmento industrial com maior retração foi o da mecânica, que perdeu 624 vagas.
Também impactou o resultado o desempenho do comércio, que demitiu mais do que contratou tanto no segmento varejista como no atacadista. O setor comercial teve um saldo de empregos de -737.
Outras retrações foram registradas na construção civil (-296 vagas) e na agropecuária (- 237). O setor de serviços, por outro lado, foi o destaque positivo, criando 473 novos postos de trabalho no Estado, sobretudo nos segmentos de transportes, comunicações, alimentação, manutenção e hospedagem.
MUNICÍPIOS
Entre os municípios capixabas, Aracruz foi o que mais fechou vagas de emprego, com um saldo negativo de 778. Em segundo lugar, aparece a Serra, que perdeu 533 postos formais, e, em terceiro, Linhares, com resultado de -156 vagas.
Já as cidades que mais criaram empregos em junho foram Cariacica (216 novas vagas), Vila Velha (194) e Vitória (122).
NO ANO
No acumulado do primeiro semestre de 2018, o Espírito Santo continua com resultado positivo no mercado de trabalho. De janeiro a junho, foram criados 13.521 postos de trabalho formais, com amplo destaque para o agronegócio (que sozinho abriu 6.798 vagas) e o setor de serviços (5.401).
Brasil fecha 661 vagas
A nível nacional, o número de junho também foi negativo. O Brasil encerrou o mês com perda líquida de 661 vagas de emprego formal, dado que surpreende já que o desempenho do mercado de trabalho no mês é tradicionalmente mais forte do que em maio, quando foram criados 33.659 postos de trabalho. Já em junho do ano passado, foi verificado saldo líquido de 9.821 vagas, marcando o primeiro resultado positivo para o mês desde 2014.
O ritmo de recuperação do emprego segue inferior ao desejado, explicam economistas, já que incertezas políticas e econômicas pesam sobre o apetite por investimentos e contratações ao menos até a definição do próximo presidente da República.
Da mesma forma, a paralisação dos caminhoneiros no fim de maio e início de junho esfriou a atividade de determinados setores e foi um importante revés na confiança dos agentes.
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