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Portocel diz que trabalhadores têm segurança

Portocel diz que trabalhadores têm segurança

Porto afirma ainda que equipamentos estão adequados e atendem normas técnicas

Publicado em 26 de julho de 2018 às 01:44

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Toras de eucalipto: Portocel nega que material tenha recebido produtos químicos. (Carlos Alberto da Silva)

Desembarcando madeira transportada em navios desde 2015, o Portocel informou, por meio de nota, que todos os trabalhadores que atuam no terminal, sejam eles próprios e terceiros, inclusive as quatro vítimas do acidente ocorrido nas dependências do porto na última terça-feira, 24, recebem equipamentos apropriados para exercer suas atividades.

De acordo com a empresa, “são equipamentos de qualidade e em estado de conservação adequados, que atendem as exigências técnicas e normativas estabelecidas na legislação.” Na nota, o Portocel também informou possuir o ISPS Code (Código Internacional de Segurança em Navios e Instalações Portuárias) e passar por auditorias frequentes que atestam as boas condições de operação sob todos os aspectos.

A madeira transportada no porão do navio, explica a nota, não recebe qualquer tipo de produto ou tratamento químico. “A madeira é transportada in natura, pois a destinação final das toras é a produção de celulose”, disse a empresa. Logo que o acidente ocorreu, chegou-se a ventilar que as mortes poderiam ter sido causadas por causa da reação de algum produto químico aplicado sobre o material.

A empresa destacou na quarta-feira (25) que “lamenta o ocorrido e segue colaborando com as autoridades nas investigações sobre as causas do acidente” registrado no porão do navio Sepetiba Bay, fretado pela empresa Norsul.

O Portocel retomou na quarta-feira (25), às 21 horas, as operações de movimentação de celulose. “Já a movimentação de madeira no navio Sepetiba Bay continua paralisada, aguardando a liberação das autoridades competentes”, informa a empresa.

A Norsulcargo Navegação S/A, que é afretadora do navio onde as mortes ocorreram, também divulgou uma nota à imprensa ontem. No material, informou que “lamenta profundamente o ocorrido” no navio afretado pela empresa. Ainda destacou que se solidariza com as famílias das vítimas e que “deseja o pronto restabelecimento” de Vitor Souza Olmo, o único sobrevivente da tragédia.

A Norsulcargo também informou que o carregamento e o desembarque da carga são realizados pela empresa contratante do transporte marítimo. “Nos últimos 3 anos, a Norsulcargo transporta essa mesma carga, nesse mesmo trajeto, com este e outros navios semelhantes, e não tem registro de acidente similar”, destaca a empresa, ao complementar que está apoiando as autoridades nas investigações do acidente, atendendo com as informações solicitadas.

ÓRGÃOS INICIAM PERÍCIA NO LOCAL

A Polícia Federal (PF) e o Ministério do Trabalho iniciaram o trabalho de perícia no local do acidente na Barra do Riacho, em Aracruz, em busca de elementos que possam ajudar a desvendar o que causou a morte dos três trabalhadores no porão do navio.

A perícia da PF esteve no navio na terça-feira, 24, mas ainda não há prazo para a conclusão do trabalho. Na quarta-feira (25) pela manhã, uma equipe do Ministério do Trabalho também esteve no local, explica o superintendente regional do Trabalho, Alcimar Candeias.

“Nossa investigação é um trabalho de auditoria, investiga informações, analisa o local do acidente, vê a parte documental da empresa, a estrutura da empresa voltada para prevenção e medicina do trabalho. Normalmente, esses ambientes não são considerados confinados. Mas a gente vai analisar se aquele ambiente deve ser considerado por causa do tipo de carga. Quando é, um protocolo mais rígido é seguido”. A expectativa, diz Candeias, é que esse trabalho dure um mês.

Na quarta-feira (25), o Ministério Público Federal informou que instaurou um procedimento administrativo para apurar o acidente. A unidade do Ministério Público do Trabalho em Colatina também instaurou procedimento de investigação.

O procedimento de investigação vai usar relatórios da perícia técnica do Ministério do Trabalho, da Polícia Judiciária e de outras equipes especializadas em segurança e medicina do trabalho, bem como pela tomada de depoimentos, requisição de documentos e outras medidas.

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Já a Marinha apura em inquérito as causas e responsabilidades do fato.

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