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Agropecuária fecha 2,2 mil postos de trabalho em julho no ES

Agropecuária fecha 2,2 mil postos de trabalho em julho no ES

Movimento no campo fez demissões superaram as contratações no mês. Saldo no ano é de 13 mil novas vagas criadas no Espírito Santo

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 22:24

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Produção de café. (Marcelo Prest)

O agronegócio capixaba demitiu mais do que contratou no Espírito Santo em julho, fechando 2.278 postos de trabalho com carteira assinada no mês. O recuo fez o saldo total de empregos no Estado fechar pelo segundo mês consecutivo no vermelho, com a extinção de 641 vagas formais. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (22). 

Segundo os números oficiais, ao longo deste ano, o saldo de emprego do Estado ainda é positivo, com criação de 13.071 novas vagas de janeiro a julho, uma recuperação visto os anos anteriores, em que foram extintos 84,9 mil empregos em terras capixabas entre 2015 e 2017.

Apesar de ser positivo, o economista Mário Vasconcelos pondera que o saldo de empregos no ano ainda não recupera todo o volume de postos de trabalho fechados com a crise no Estado. Para ele, a tendência é que o número feche no azul neste ano, mas ainda não deve ser uma retomada robusta.

"A gente não deve esperar um grande crescimento ou recuperação da economia para este ano, com consequência na geração de empregos. Isso porque o setor produtivo ainda está segurando seus investimentos, até pela incerteza do ambiente político. A confiança para investir e abrir empregos fica perdida diante da frustração do crescimento da economia, que não está sendo como esperado anteriormente", explica.

SETORES

O fechamento intenso de empregos no agronegócio em julho se deu pelo período de entressafra do café, principal produto da agricultura capixaba. "O setor primário tem essas flutuações: ora contrata muito, ora demite em maior intensidade. Isso está ligado sempre às safras", comenta Vasconcelos.

Se o campo foi determinante  para o saldo negativo de empregos em julho, os demais setores seguraram o mercado de trabalho e evitaram que a queda fosse maior. Todos os outros grupos econômicos contrataram mais que demitiram no mês no Estado.

O setor que mais abriu vagas foi o de serviços, com 515 novas vagas. Na sequência apareceu o comércio, com 364 empregos, a construção civil, com 358, e a indústria de transformação, com saldo de 337 contratações formais.

SERRA E LINHARES LIDERAM ABERTURA DE VAGAS

A retomada do emprego formal no Espírito Santo está se dando com mais intensidade no município da Serra, aponta o Caged. Apenas a cidade criou 2.656 postos de trabalho em 2018, cerca de 20% dos empregos criados no Estado. Em julho, foram 737 vagas abertas no município.

Em segundo lugar aparece Linhares, que gerou 1.319 novos empregos com carteira assinada em 2018, de janeiro a julho.

A lista dos maiores criadores de vagas ainda conta com os municípios de Cariacica (saldo de 1.017 empregos), Vitória (1.010), São Mateus (643), Itapemirim (599) e Aracruz (534).

BRASIL CRIA 47 MIL EMPREGOS FORMAIS EM JULHO

A economia brasileira gerou 47.319 empregos com carteira assinada em julho, segundo números do Caged. Segundo números oficiais, este é o melhor resultado para o mês de julho desde 2012, quando foram abertas 142.496 vagas formais. Ou seja, foi o melhor resultado para este mês em seis anos.

Quando o país cria vagas de trabalho em um determinado período, significa que as contratações superaram as demissões. Em julho, foram registradas 1.219.187 contratações e 1.171.868 desligamentos.

No ano de 2017 fechado, a economia brasileira fechou 20.832 postos de trabalho formais. Foi o terceiro ano seguido em que houve mais demissões do que contratações no país. Entre 2015 e 2017, o país fechou um total de 2,88 milhões de postos.

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Os números oficiais do governo mostram também que, nos sete primeiros meses deste ano, foram criados 448.263 empregos com carteira assinada.

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