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Após pesquisas eleitorais, dólar avança e se aproxima de R$ 4

Após pesquisas eleitorais, dólar avança e se aproxima de R$ 4

Sondagens indicam fortalecimento da polarização entre o PT e Jair Bolsonaro, com Geraldo Alckmin ainda patinando nas intenções de voto

Publicado em 21 de agosto de 2018 às 13:53

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Sondagens indicam fortalecimento da polarização entre o PT e Jair Bolsonaro, com Geraldo Alckmin ainda patinando nas intenções de voto. (Bearfotos/Freepik)

O dólar renovou máxima ante o real no mercado à vista aos R$ 3,9916 (+0,87%) há pouco – maior valor intraday desde de 1º de março de 2016 quando atingiu máxima a R$ 4,0180 durante a sessão. Naquele dia, alguns profissionais viram demanda por proteção diante do cenário político conturbado pré-impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O operador de câmbio e derivativos do banco Paulista Alberto Felix de Oliveira Neto diz que o cenário trazido pelas últimas pesquisas eleitorais – MDA e Ibope, ontem – ampara preocupações entre investidores sobre quem vai para o segundo turno na eleição presidencial. "O mercado teme o aumento das intenções de votos em Lula e o risco de transferência de votos do petista para Fernando Haddad. Bolsonaro e Haddad no segundo turno trazem grande desconforto aos investidores", afirma. Na máxima, o dólar para setembro atingiu R$ 3,9965 (+0,58%).

Ontem, a moeda americana fechou a R$ 3,9571 – a maior cotação desde 29 de fevereiro de 2016 (R$ 3,9984). Diante da persistente valorização, investidores mostram cautela em meio à desconfiança e comentários de que o Banco Central pode intervir para conter a escalada da moeda. Em alta em sete das últimas oito sessões, o dólar acumulou ganho de 5,12% ante o real no período até ontem.

Bolsa de Valores

 

O cenário eleitoral nebuloso impõe cautela aos ativos domésticos e a Bolsa inicia os negócios em território negativo, na contramão dos ganhos vistos em Wall Street. Os investidores repercutem desde cedo pesquisa Ibope divulgada da noite de ontem, que mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo preso, segue na liderança, com 37% das intenções de voto.

Sem levar em conta a participação do petista na disputa, o deputado federal Jair Bolsonaro torna-se o líder, com 20% dos votos. Os entrevistados que dizem que votariam com certeza no vice candidato do PT, Fernando Haddad, ou poderiam votar nele, chega a 27%. Isso, na prática, dá ao ex-prefeito paulistano cacife para disputar o segundo turno das eleições presidenciais.

Às 10h35, o Ibovespa recuava 0,31%, aos 76.092,37 pontos. O receio de uma eventual polarização entre o PT - seja representado por Lula ou por Haddad – e Bolsonaro no segundo turno da corrida presidencial induz a alta do dólar ante o real, negociado a R$ 3,9821 no balcão (+0,64%). As taxas de juros futuras acompanham esse movimento, em ajuste de alta.

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No exterior, as bolsas de Nova York avançam, com investidores na expectativa pela retomada do diálogo entre Estados Unidos e China, amanhã. Os agentes também repercutem as críticas de Donald Trump à iniciativa do Federal Reserve de apertar a política monetária. Em entrevista à Reuters, o presidente afirmou não estar "emocionado" com os aumentos de juros do Fed, sugerindo que o BC norte-americano deveria suspender a normalização de sua política, enquanto ele implementa suas políticas protecionistas.

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