O setor comercial está começando a deixar a crise para trás. Pela primeira vez desde 2015, foram registradas mais aberturas de lojas do que fechamentos no Espírito Santo. No primeiro semestre de 2018, o saldo foi de 105 estabelecimentos comerciais abertos com vínculos empregatícios no Estado.
Os números dão um ânimo e apontam para uma recuperação, ainda que lenta, do segmento varejista. Isso porque entre 2015 e 2017 o saldo foi de 6.777 lojas fechadas em terras capixabas.
Em 2015, no auge da crise econômica, o saldo foi de 3.265 estabelecimentos comerciais fechados no Estado. Em 2016, de 3.005 fechamentos. Em 2017, ele desacelerou com forte intensidade, mas ainda permaneceu negativo: -507. Os dados são da Federação do Comércio no Espírito Santo (Fecomércio-ES), com base nas estatísticas na Confederação Nacional do Comércio (CNC) e do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
Segundo o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, os números apontam para uma recuperação do setor em função da conjuntura brasileira. "A nível nacional, a gente tem a nosso favor uma inflação equilibrada e a taxa de juros Selic que caiu bastante visto a que era há três anos. Tudo isso contribuiu para o micro e pequeno empresário ter confiança e investir".
Ele destaca ainda a situação do Espírito Santo, que se mostra numa situação econômica melhor que a nacional atualmente. "Aqui temos um Estado diferenciado, especialmente nas contas públicas. Isso dá segurança para investir e para a gente prospectar resultados positivos ao final deste ano, a depender da situação política", comenta Sepulcri.
VENDAS
Outro dado comemorado pelo setor é o do volume de vendas, que no mesmo passo da abertura de lojas, vem crescendo no Estado. No primeiro semestre, as vendas do comércio capixaba cresceram 8,1%, melhor índice desde 2015, apontando para uma aceleração do consumo, que vinha em queda.
O economista Orlando Caliman pondera que a queda da atividade econômica, inclusive do comércio, foi mais forte no Estado do que no resto do Brasil, fazendo com que o patamar seja muito baixo. "Chegou-se ao fundo de um buraco. Agora, começa-se a subir, mas ainda sem sair dele. Isto é, sem recuperar as perdas".
O x da questão agora é se esse crescimento do primeiro semestre irá se confirmar ao final do ano, em função sobretudo do cenário político conturbado na disputa presidencial, deixando o ambiente econômica nebuloso para os investimentos, segundo Caliman.
"A gente começar a perceber uma reação positiva de crescimento, mas que ainda não assegura velocidade nem intensidade, nem mesmo que vai se sustentar assim, muito em função da crise política, que deixa o país meio sem destino, afetando expectativas do setor produtivo e das pessoas, que recuaram seus gastos", afirma.
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