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Confiança do consumidor cai em agosto ante julho, aponta FGV

Confiança do consumidor cai em agosto ante julho, aponta FGV

Já o comércio registrou a primeira alta no índice de confiança da Fundação Getulio Vargas, após uma sequência de quatro quedas

Publicado em 24 de agosto de 2018 às 12:32

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A confiança do consumidor registrou queda em agosto ante julho, apontou a FGV . (Epitácio Pessoa/Estadão)

A confiança do consumidor caiu 0,4 ponto em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, informou na manhã desta sexta-feira, 24, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) passou de 84,2 pontos em julho para 83,8 pontos em agosto. Em julho, houve alta de 2,1 pontos ante junho.

"Diante da lenta recuperação do mercado de trabalho, do alto nível de incerteza, do risco de aceleração da inflação e das dificuldades de se alcançar o equilíbrio orçamentário familiar, os consumidores mantêm uma postura conservadora e cautelosa quanto aos gastos discricionários", diz Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor, em nota. Para a FGV, o desânimo dos consumidores "terá um efeito redutor sobre o consumo das famílias ao longo do segundo semestre".

Em agosto, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 2,7 pontos, para 71,4 pontos, devolvendo a alta do mês anterior. Já o Índice de Expectativas (IE) avançou 1,1 ponto em relação ao mês anterior, para 93,0 pontos, o segundo aumento consecutivo desse indicador.

O indicador que mede a satisfação dos consumidores com a situação atual da economia variou 0,5 ponto entre julho e agosto, para 78,6 pontos. "Apesar disso, o índice se mantém abaixo do nível anterior à greve dos caminhoneiros", diz a nota da FGV. O indicador de satisfação com a situação financeira familiar foi o que mais contribuiu para a queda do ICC em agosto, ao recuar 5,9 pontos e atingir 64,8 pontos, o menor patamar desde agosto de 2017.

O indicador que mede o otimismo com relação à situação econômica nos próximos seis meses subiu 1,1 ponto em agosto, para 103,4 pontos, interrompendo a tendência de queda dos quatro meses anteriores. Já o indicador sobre as expectativas em relação à situação financeira subiu 3,2 pontos para 95,4 pontos, o maior nível desde abril (96,4).

O ICC tem ainda um indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis. Esse índice recuou 0,9 ponto, para 81,2 pontos em agosto, menor nível desde outubro de 2017.

Ao desagregar os dados conforme as faixas de renda, o ICC recuou em todas as classes de renda, exceto para os consumidores de renda familiar entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00. Para essa faixa, o índice avançou pelo segundo mês consecutivo, com crescimento acumulado de 1,6 ponto, "o que ainda não foi o suficiente para compensar as perdas de junho de 2018", diz a FGV. Para as famílias de renda inferior à R$ 2.100,00, a confiança diminuiu 1,2 ponto entre julho e agosto, a maior queda entre as classes de renda analisadas.

A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.933 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1 e 21 de agosto.

Comércio

Já o Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 1,1 ponto na passagem de julho para agosto, atingindo 89,9 pontos, na primeira alta após uma sequência de quatro quedas seguidas. Nessas quatro quedas, o índice havia perdido 8,0 pontos no acumulado.

"A reação da confiança do Comércio em agosto é tímida diante dos resultados negativos recentes. As empresas continuam avaliando a situação atual de forma desfavorável, mas já esboçam uma melhora nas expectativas em relação aos próximos meses. A combinação de resultados sinaliza que o setor continua se recuperando lentamente, sujeito aos níveis elevados de incerteza e da também lenta evolução do mercado de trabalho", diz Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio.

A alta da confiança em agosto ocorreu em 10 dos 13 segmentos pesquisados na sondagem da FGV. O Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 2,8 pontos, para 94,6 pontos, "influenciado tanto pela melhora do indicador de vendas previstas, que avançou 2,3 pontos para 93,4 pontos, quanto pelo indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses, que subiu 3,2 pontos, para 96,0 pontos", diz a nota da entidade.

Já o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 0,8 ponto, para 85,7 pontos, o menor nível desde dezembro de 2017 (85,6 pontos). Entre os componentes do ISA-COM, o indicador de percepção dos empresários com o volume da demanda no momento recuou 0,4 ponto, para 85,9 pontos e o indicador de situação atual dos negócios caiu 1,2 ponto, atingindo 85,9 pontos.

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A coleta de dados para a edição de agosto da Sondagem do Comércio foi realizada entre os dias 1 e 22 do mês e obteve informações de 1.206 empresas.

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