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Economia brasileira cresce apenas 0,2% no segundo trimestre

Economia brasileira cresce apenas 0,2% no segundo trimestre

Resultado divulgado pelo IBGE abrange período afetado pela greve dos caminhoneiros

Publicado em 31 de agosto de 2018 às 12:41

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-. (Pixabay)

A economia brasileira registrou alta de 0,2% no segundo trimestre, em relação aos três meses anteriores, informou o IBGE nesta sexta-feira. O resultado inclui o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no período em que o país foi afetado pela greve dos caminhoneiros, em maio. No primeiro trimestre, o PIB havia crescido 0,4%. Apesar das taxas positivas nos últimos trimestres, a economia brasileira ainda está 6% abaixo do maior patamar de produção, alcançado no primeiro trimestre de 2014.

O resultado confirma a expectativa de economistas ouvidos pelo GLOBO, que estimavam variação entre 0,1% e 0,3%. Alguns entrevistados esperavam retração.

Na comparação com o mesmo trimestre de 2017, o PIB registrou alta de 1%. Já no acumulado em quatro trimestres, a alta é de 1,4%. Ou seja, se o ano tivesse terminado no segundo trimestre, seria esse o crescimento da economia.

Há duas semanas, o IBC-Br, índice de atividade calculado pelo Banco Central que funciona como uma espécie de “prévia do PIB” indicou retração de 0,99% no segundo trimestre. Na ocasião, economistas indicaram o reflexo da greve dos caminhoneiros sobre a produção no país, que chegou a causar um tombo de 10,9% na indústria em maio.

De acordo com o mais recente boletim Focus, divulgado na segunda-feira, a economia deve crescer 1,47% neste ano. Essa previsão chegou a ser de quase 3% no início do ano, antes da greve dos caminhoneiros. A incerteza em relação ao cenário eleitoral também afeta a confiança de investidores.

CONSUMO DAS FAMÍLIAS 

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,1% contra o trimestre anterior e expandiu-se em 1,7% na comparação com o mesmo período de 2017. Foi o quinto trimestre seguido de avanço nesse tipo de comparação. Na avaliação do IBGE, o crescimento do consumo resulta do comportamento dos indicadores de crédito para pessoa física e dos baixos níveis de inflação e de juros registrados no período.

INVESTIMENTO RECUA

A Formação Bruta de Capital Fixo (FCBF), um indicador de investimento, recuou 1,8% na comparação com o primeiro trimestre do ano. Frente ao segundo trimestre de 2017, porém, houve avanço 3,7%, seu terceiro resultado positivo após 14 trimestres de queda. Na avaliação do IBGE, impulsiona os investimentos a alta na importação e na produção de bens de capital (como máquinas e equipamentos), uma vez que o setor de construção manteve desempenho negativo. A taxa de Investimento no segundo trimestre de 2018 foi de 16,0% do PIB, abaixo dos 15,3% observados no mesmo período de 2017. A taxa de Poupança, por sua vez, foi de 16,4%, contra 15,7% no segundo trimestre de 2017.

A despesa do governo avançou 0,5% contra os três primeiros meses do ano e 0,1% em relação ao segundo trimestre de 2017.

No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram 5,5% na comparação com o trimestre anterior e 2,9% contra 2017. As importações, porém, embora tenham caído 2,1% ante o período entre janeiro e março, registraram expansão de 6,8% antes o segundo trimestre de 2018.

CAI A PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA

-. (Reprodução/Pixabay)

Pelo lado da oferta, o crescimento em relação ao primeiro trimestre foi sustentado pelo avanço de 0,3% do setor de serviços, que responde por mais de 70% da economia. A agropecuária ficou estável, enquanto a indústria recuou 0,6%. Frente ao mesmo período do ano passado, o setor de serviços registrou alta de 1,2%, mesmo crescimento anotado pela indústria. Nesse tipo de comparação, a agropecuária apresentou queda de 0,4%.

O crescimento do setor de serviços, na comparação com o primeiro trimestre, é explicada pelo avanço do segmento de informação e comunicação, que registrou alta de 1,2%, mesma taxa registrada pela área de atividades imobiliárias.

A economia fechou a primeira metade do ano com crescimento de 1,1%, em relação a igual período do ano passado. É o melhor primeiro semestre desde 2014, quando a alta foi de 1,5%, antes do país entrar em recessão. O resultado é auxiliado pelo chamado efeito base: no ano passado, a economia ensaiava uma recuperação ainda mais tímida, com crescimento de apenas 0,2%. O resultado do período foi influenciado pela expansão de 2,8% da indústria de transformação. O setor de serviços cresceu 1,4% nesse tipo de comparação. Pelo lado da demanda, o destaque foi o aumento de 3,6% da formação bruta de capital fixo, indicador de investimentos. Já o consumo das famílias aumentou 2,3%.

REVISÃO DO RESULTADO DO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2018

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O IBGE revisou o resultado do primeiro trimestre, em relação ao quarto trimestre de 2017: de alta de 0,4% para alta de apenas 0,1%. A alta de 0,2% no quarto trimestre do ano passado foi revisada para estabilidade (0%). Já a alta do terceiro trimestre do ano passado passou de 0,3% para 0,6%.

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